Introdução: A Redução de Danos surge como estratégia desafiadora para as políticas públicas de saúde, especificamente, por promover um delineamento de atenção direcionada aos usuários de substâncias psicoativas. A dicotomia entre as ações de liberdade e o paradigma da abstinência dificulta a consolidação de estratégias de saúde que sejam efetivamente direcionadas à necessidade individual do usuário, com o intuito de minimizar riscos e agravos à saúde. Objetivo: Analisar o conhecimento dos profissionais da Estratégia de Saúde da Família (ESF) sobre a Política de Redução de Danos. Metodologia: Constituiu-se de um delineamento qualitativo, desenvolvido com vinte e quatro profissionais da Estratégia de Saúde da Família do município de Teresina, Piauí. A coleta foi realizada durante os meses de janeiro a abril de 2018 com uso da entrevista semiestruturada, seguido pela análise dos dados processados através do programa de software IRAMUTEQ, por meio da Análise de similitude e pelo método da Classificação Hierárquica Descendente. Resultados: Emergiram dois segmentos, cada um composto por duas classes: Segmento 01: Redução de danos como estratégia de cuidados na Estratégia de Saúde da Família (ESF); e Segmento 02: Conhecimento sobre a Política de Redução de Danos (PRD). No primeiro evidenciamos na Classe 3 algumas ações de redução de danos desenvolvidas no cotidiano dos profissionais da ESF, enquanto que na Classe 4 foi possível compreendermos a existência de possíveis articulações entre a Unidade Básica de Saúde (UBS) e o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). No segundo segmento houve a representatividade na Classe 1 da concepção dos profissionais da ESF sobre a PRD, e a Classe 2 descreve o conhecimento dos profissionais sobre esta política. Conclusão: A abordagem da redução de danos nos oferece um caminho promissor no momento em que reconhece cada usuário em suas singularidades, e articula com ele estratégias para a defesa de sua vida. E ainda permite durante o tratamento relações de afetividade que favorecem aos usuários a reflexão sobre relações de autonomia, autocontrole e dependência. Com toda a magnitude da PDR ainda existe um enorme desafio enquanto política, visto que no Brasil ainda são poucos os Estados que desenvolvem efetivamente ações voltadas à redução de danos.