A síndrome locomotora consiste em uma condição clínica caracterizada por uma redução das funções de mobilidade em virtude dedisfunção em órgãos locomotores. Esta tem se mostrado fortemente associada aos principais distúrbios musculoesqueleticos prevalentes na população idosa; impactando significativamente na capacidade funcional do idoso, pondo-o em risco potencial de tornar-se dependende de cuidados de terceiros. Diante da relevância da temática em questão, a presente pesquisa objetivou avaliar a prevalência da Síndrome Locomotora (SLo) em idosos de um núcleo de atenção ao idoso e os fatores associados. Trata-se de um estudo do tipo transversal, com amostragem do tipo não-probabilística, por conveniência. A amostra foi composta por 204 idosos. A coleta de dados ocorreu no período de março à novembro de 2018, e se deu por meio da aplicação de um formulário para caracterização sociodemografica, clinica e de ocorrencia de quedas; da escala geriatrica da função locomotora de 25 itens (GLFS-25-P) e do índice de vulnerabilidade clínico-funcional de 20 itens (IVCF-20).Os dados foram analisados por meio do pacote Stata® versão 12, sendo realizadas análises estatísticas descritivas e inferenciais.O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Piauí e atendeu os termos preconizados da Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Dos participantes 85,8% eram do sexo feminino, com idade média de 70,4 anos; 34,3% referiram ter o ensino fundamental incompleto; 60,7% se auto declararam da cor pardae 93,6% possuiam uma fonte de renda. Quanto as características de estilo de vida88,7% referiram não consumir bebida alcóolica; 98% não fumar e todos os participantes prativacavam atividade fisica regularmente, na frequencia de 4 vezes e mais na semana.A hipertensão arterial sistêmica e doenças musculoesqueleticas, representadas pela osteoporose e artrose, foram autoreferidas, respectivamente, por 64,7% e 65,6% dos participantes. Quanto a ocorrência de quedas no último ano, 64,7% relataram não terem tido nenhum epsidódio de queda. No que concerne ao grau de vulnerabilidade clínico funcional,62,7% e 27,9% dos idosos foram classificados, respectivamente, como baixo e moderado risco. A prevalência da SLo entre os idosos participantes foi de 37,2%. Em relação ao risco, 29% foi classificado em nível de risco I para a SLo. A prevalência da SLo apresentou uma associação estatisticamente significativativa com a coexistência de mais de uma patologia de base; com as doenças: Hipertensão arterial sistêmica, osteoporose, artrose e obesidade; com o o histórico de hospitalização no último anos; uso de algum apoio ou recurso para auxiliar a andar ou enxergar melhor; e ao grau de vulnerabilidade clíncio-funcional. Com o estudo identificou-se um baixa prevalência da SLo entre os idosos de um núcleo de promoção da terceira idade; e um percentual, não tão significativo, de idosos em nível de risco 1. No que concerne ao instrumento utilizado para rastreamento e diagnóstico da SLo, a Escala geriátrica da função locomotora de 25 itens (GLFS-25-P), se mostrou de fácil e rápida aplicação, e de fácil compreensão pelo idoso; sendo uma ferramenta útil e importante a ser considerada na avaliação global da pessoa idosa; podendo facilmente ser aplicada por qualquer profissional da saúde, inclusive pelo o enfermeiro; desde que estes tenha conhecimento da SLo quanto a sua etiologia, manifestações clínicas, rastreamento, diagnóstico e tratamento.O que remete a necessidade de que essa condição de saúde seja mais investigada e discutida em ambito nacional, a fim de se mobilizar profissionais, gestores e a própria comunidade quanto a sua relevância.