A deficiência na segurança do paciente causa aumento do risco da ocorrência de erros e eventos adversos. Para que o paciente receba uma assistência de excelência com uma exposição ao mínimo de riscos à sua saúde é imprescindível a implementação do gerenciamento de riscos. Neste sentido, este estudo tem como objetivos discutir o conhecimento dos enfermeiros sobre Gerenciamento de Riscos e Segurança do paciente, conhecer os riscos para a segurança do paciente mais frequentes, discutir a atuação reativa e proativa dos enfermeiros diante dos riscos para a segurança do paciente, elaborar coletivamente, um Plano de Ações de enfermagem voltado para o gerenciamento do risco prioritário identificado. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, baseada no referencial metodológico da pesquisa Convergente-Assistencial, desenvolvido nos postos de internação de um hospital acreditado, na cidade de Teresina-PI. Para a construção dos dados foram utilizadas entrevistas semiestruturadas e grupo focal, participaram deste estudo 22 enfermeiros. A análise qualitativa dos dados obtidos foi realizada pelo software IRAMUTEQ, para a análise do texto definiu-se o método da Classificação Hierárquica Descendente, para a análise de conteúdo utilizou-se a técnica de análise temática ou categorial de Minayo. O projeto do presente estudo foi encaminhado para apreciação no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí, aprovado com parecer: 2.404.180 e CAAE: 79588917.0.0000.5214. Dos relatos analisados pela técnica de conteúdo de Minayo emergiram três categorias: Segurança do paciente e gerenciamento de riscos na perspectiva de enfermeiros, Gerenciamento de riscos: Um olhar para a atuação reativa, Atitudes e vivências: Consolidando um gerenciamento de riscos proativo. Os resultados revelaram que os profissionais possuem conhecimento sobre a essência do significado e aplicabilidade dos temas, refletindo o avanço que se obteve nos últimos anos. Como riscos mais frequentes destacam-se o risco de queda, risco de lesão por pressão, risco de erro de medicação e risco de extravasamento de quimioterapia, este último identificado como prioritário pelos participantes. No tocante a atuação reativa frente aos erros, nota-se uma fase de transição, em que os profissionais entendem a importância do estabelecimento de uma cultura de aprendizagem, mas a cultura punitiva e cultura de culpa ainda se mostra presente. Essa fase de transição também é percebida nos discursos associados à cultura de segurança, presente nas atitudes de avaliação de riscos e utilização de protocolos para manutenção da segurança do paciente. Os grupos focais resultaram na construção coletiva da proposta do Plano de Ações de enfermagem voltado para o gerenciamento do risco de extravasamento de quimioterapia. Dessa forma, considerou-se que mesmo com a evolução que os profissionais e instituições de saúde têm passado com relação a segurança do paciente e cuidado seguro, ainda é necessário abolir algumas características culturais que impedem esse progresso, como a cultura punitiva e abordagem não sistêmica dos erros, associando isso a prática de educação permanente é possível alcançar melhorias significativas na qualidade da assistência prestada. Espera-se que o diálogo entre profissionais e a troca de experiências auxiliem no planejamento dos cuidados, tornando possível sugerir planos de cuidados assistenciais com foco na segurança e qualidade.