A identificação do paciente é uma estratégia crucial para segurança do paciente, considerando-se que visa oferecer o tratamento correto para o paciente certo. A realização da mesma garante o início do cuidado seguro e uma assistência de qualidade com a finalidade de reduzir danos desnecessários ao usuário. O trabalho teve como objetivo descrever o conhecimento de profissionais e usuários acerca do sistema de identificação do paciente. Trata-se de um estudo observacional, descritivo, transversal desenvolvido em um Hospital Universitário do Nordeste. A população envolvida foi de usuários e profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, técnicos de enfermagem, assistentes sociais e farmacêuticos). Além disso, foram avaliadas as notificações relacionadas a identificação do paciente, no Sistema de Notificação do referido serviço, o VIGIHOSP. A amostra de usuários foi de 340, de profissionais 213 e de notificações 504. Foram utilizados três formulários para coleta de dados durante o período de novembro/2018 a julho/2019. Para análise dos dados quantitativos utilizou-se a estatística descritiva e para as questões abertas a análise de conteúdo. A pesquisa recebeu aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Piauí sob o parecer nº 3.143.243. O perfil dos pacientes foi de 53,5% do sexo feminino e 50,9% na faixa etária igual ou acima de 60 anos e a média de internação foi de 14 dias. Durante a observação 90,6% utilizavam a pulseira, 94,8% delas estavam adequadas e todas as pulseiras avaliadas tinham pelo menos dois identificadores. Em relação, ao conhecimento dos pacientes quanto a pulseira de identificação 92,1% relataram que não receberam nenhuma orientação sobre o propósito dela e 56,2% disseram que os profissionais não conferem os dados da pulseira antes de realizar algum cuidado. Entre os profissionais, 76,1% eram do sexo feminino e 98,6% estavam na faixa etária de 25 a 59 anos e uma média de 5 anos de tempo de serviço na instituição. Observou-se que 74,3% reconheceram que o serviço possui um protocolo de identificação. Dentre os problemas que eles mais citaram em relação a reação de usuários e profissionais ao uso da pulseira de identificação estão o desconforto com a pulseira, qualidade do material e que atrapalha em alguns procedimentos, como punção de acesso. Na visão dos profissionais em relação ao processo de identificação do paciente no serviço, três pontos foram elencados: qualidade do material, falhas no processo e cultura/ educação. No que se refere as notificações, 499 foram classificadas como incidentes sem danos e os maiores notificadores foram os estudantes. Em resposta aos objetivos deste trabalho a discussão foi subdividida em: Perfil dos envolvidos no cuidado; Conhecimento dos usuários sobre a sua identificação no serviço de saúde; Falhas no processo de identificação; Estratégias dos profissionais de saúde para a identificação correta dos pacientes, analisamos as conformidades com o protocolo de identificação; e Notificações: lacunas e melhorias. Concluiu-se que para melhorar o processo, o serviço deve investir mais na educação continuada multiprofissional, sensibilizar profissionais e pacientes mediante as consequências da utilização incorreta da pulseira de identificação e na disseminação da cultura justa.