Introdução: As novas tecnologias e os avanços na área da informação trouxeram para o ambiente de trabalho, transformações, incluindo a atividade educacional e o trabalho docente. Tais transformações afirmam a necessidade de atualização e modernização do ensino, uma vez que a excessiva carga de trabalho e inúmeras atividades pode desencadear a exaustão física e mental do trabalhador. Com isso, o problema de pesquisa consiste em: Qual a prevalência do estresse ocupacional e sua relação com a carga de trabalho em docentes de pós-graduação stricto sensu de uma universidade pública? Objetivo: Analisar a carga de trabalho e a ocorrência de estresse ocupacional em docentes de pós-graduação stricto sensu de uma universidade pública. Método: Trata-se de um estudo com delineamento analítico e transversal, desenvolvido com 90 docentes de pós-graduação stricto sensu de uma Universidade Pública do estado do Piauí. A coleta de dados ocorreu entre os meses de fevereiro a outubro de 2019, por meio da aplicação de um questionário próprio elaborado pela pesquisadora e dois instrumentos: Questionário da Carga de Trabalho Docente de Nível Superior (CATRA - DNS) e Escala de Estresse no Trabalho (EET). Para a análise dados, utilizou-se o programa Statistical Package for the Social Sciences – SPSS, versão 22.0. Foram realizadas estatísticas descritivas, tais como medidas de tendência central e medidas de dispersão. O teste de Kolmogorov-Smirnov, o teste não paramétrico de Mann-Whitney, o teste de Kruskal-Wallis e o coeficiente de correlação de Spearman foram utilizados neste estudo. Para verificar a associação entre as variáveis bivariadas qualitativas, utilizou-se o teste qui quadrado (x²) e exato de Fischer. Resultados: Os dados revelam que a amostra foi constituída majoritariamente pelo sexo masculino com 55,6%, destacando-se a prevalência de adultos de meia idade, entre 40 e 60 anos. Declararam-se casados ou em união estável 67,8% dos participantes e 62,2% relataram possuir filhos com faixa etária média de 2 anos. Quanto ao tempo de formação expresso em anos houve uma média de 18,7 anos. 65,6% dos participantes relataram um tempo atuação ≥ 5 anos na pós-graduação. A maioria dos entrevistados 94,4% trabalha no regime de dedicação exclusiva (DE) 40 horas e 91,1% não possuem outra atividade remunerada. A renda mensal esteve na média de treze salários mínimos. A maioria dos docentes, 75,6%, atuou em cargos administrativos nos últimos cinco anos. Quanto às condições de saúde autorreferidas, 72,2% dos docentes relataram praticar atividade física; 77,8% realizam exames de saúde periodicamente e 20,0% tem se automedicado para superar condições adversas no trabalho. Quanto à carga de trabalho, 87,7% da amostra estudada obtiveram uma classificação de moderada a alta. Quanto ao estresse, 25,6% dos docentes apresentaram nível de estresse considerado. As variáveis sexo e atuação em cargos administrativos nos últimos 5 anos associaram-se significativamente à classificação do nível da carga de trabalho docente, (p=0,044 e p<0,001, respectivamente). Evidenciou-se que o risco de apresentar um nível de carga de trabalho docente moderado é 4,295 maior no sexo masculino e que o risco de apresentar uma carga de trabalho docente considerada alta é 1,985 maior no sexo masculino. Conclusão: Há presença de níveis significativos de carga de trabalho no corpo docente, porém não associada ao estresse ocupacional na amostra estudada.