Introdução: O ambiente de trabalho da equipe de enfermagem nos hospitais geralmente é caracterizado como rápido e imprevisível, propício a interrupções e erros na assistência de enfermagem, pois os profissionais exercem atividades concomitantes e gerenciam informações de variadas fontes. Em consequência, a qualidade do atendimento fica comprometida. Os resultados adversos associados à falta de cuidados de enfermagem, incluem maior ocorrência de infecções e quedas, pneumonia, aumento do tempo de internação, atraso na alta, aumento da dor, desconforto e desnutrição. Dessa forma, foi pertinente estudar a relação entre o ambiente de trabalho de práticas de enfermagem e a omissão dos cuidados de enfermagem, pois influenciam diretamente na segurança do paciente. Objetivo: Avaliar os preditores ambientais para a omissão dos cuidados de enfermagem. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal analítico, realizado entre novembro de 2019 a maio de 2020 em unidades de internação e Unidades de Terapia Intensiva. de um Hospital Universitário de Teresina, Piauí, Brasil. A amostra constituída por 220 participantes, sendo 72 enfermeiros assistenciais e 148 técnicos de enfermagem. Foram utilizados dois instrumentos validados para a coleta de dados MISSCARE-Brasil e PRATICE ENVIRONMENT SCALE -Versão Brasileira. A análise dos dados foi realizada com base nos princípios da estatística descritiva e inferencial. Este estudo atendeu as exigências da Resolução 466/12 e obteve aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí sob Parecer 3.563.800. Resultados preliminares: O estudo da amostra mostrou predomínio do sexo feminino 126(85,1%), idade média de 38,5±7,7 anos, com nível superior ou pós-graduação 102(68,9%) e verificou-se maior número de profissionais de enfermagem na Unidade de internação 173(78,6%). Os cuidados de enfermagem omitidos com maior frequência de acordo com a percepção dos técnicos de enfermagem foram: planejamento e ensino do paciente e/ou família para a alta hospitalar 49(33,1%) e aspiração das vias aéreas 53(35,8%). Os enfermeiros consideraram como cuidados com maior frequência omitidos os seguintes: registro completo no prontuário do paciente, de todos os dados necessários 18(25,0%); atendimento das solicitações para administração de medicamentos prescritos S/N em 15 minutos 30 (41,7%); participação em discussão da equipe interdisciplinar sobre a assistência ao paciente 44(61,1%); higienizar o paciente prontamente após cada eliminação 25 (34,7%) e hidratar o paciente, oferecendo líquidos via oral ou administrando pela sonda 11(15,3%). Os domínios com maiores médias dos escores (principais razões de omissões) foram recursos materiais 3,2±0,7, recursos laborais 3,1±0,5 e comunicação 2,7±0,8. Conclusão preliminar: O ambiente de prática de enfermagem do Hospital Universitário foi considerado, de forma geral, favorável, pois foram menores os níveis de percepção da omissão de cuidados para a equipe de enfermagem.