A COVID-19 é um problema de saúde pública mundial. A doença provocada pelo coronavírus, tem alta transmissibilidade e pode desenvolver complicações graves em pessoas suscetíveis. Profissionais da saúde, da linha de frente, fazem parte da população, que estão mais expostos a infecção pelo SARS-CoV-2, a própria rotina a qual estão inseridos é um fator de risco para a infecção. Esta dissertação, objetiva analisar os fatores associados a infecção pelo SARS-CoV2 entre profissionais da saúde em relação a atuação na assistência, isolamento social e plano de contingência no estado do Piauí. Trata-se de um estudo transversal analítico, realizado com profissionais de saúde do Piauí, Brasil. Adotou-se o método de amostra não probabilística e a técnica Snowball Sampling para a coleta de dados. Incluiu-se profissionais da saúde, atuantes na assistência no estado do Piauí, no período da pandemia da COVID-19, há pelo menos três meses, da rede pública e/ou privada, idade mínima igual ou superior a 18 anos, brasileiros, independente do status sorológico para COVID-19. O questionário de coleta foi construído partir de uma revisão integrativa e validado quanto a forma e conteúdo. A coleta de dados aconteceu em ambiente virtual. Utilizou o programa SPSS para análise dos dados. Realizou-se estatísticas descritivas simples com distribuição de frequências absolutas, percentuais simples e medidas de tendência central. Foi realizado teste de Kolmogorov-Smirnov para verificar a normalidade de distribuição nas variáveis numéricas do estudo. No grupo de variáveis categóricas, o teste bivariado utilizado para analisar a associação entre as qualitativas foi o teste do qui-quadrado ou exato de Fisher. Esta pesquisa está aprovada no Comitê de Ética em Pesquisa da UFPI, com número de parecer: 4.122.120. Os resultados preliminares apontam que a prevalência da COVID-19 entre profissionais da saúde no estado do Piauí foi de 88(43,1%), a regional de Teresina concentrou a maioria dos casos. A mediana das idades foi de 30 anos. Enfermeiros foram os profissionais que mais tiveram COVID-19 (76;85,4%). Em relação a atuação na assistência, aqueles que estavam em atuação em postos e/ou enfermarias, tanto na rede pública e privada, foram os que mais testaram positivo 39(52,7%) e 13(48,1%), respectivamente. A condição de saúde mais frequente nos profissionais que tiveram diagnóstico para COVID-19 foi a obesidade 16(18,2%). Todos os profissionais 8(9,1%), que fizeram uso da hidroxicloroquina como forma de prevenção tiveram diagnóstico para o vírus. Sobre as práticas de isolamento social verificou-se que os profissionais participaram de aglomerações com mais de dez pessoas tanto externo 101(49,5%) como interno 107(52,5%) ao ambiente de trabalho. Nos casos positivos para COVID-19, percebeu-se que 51(58,0%) esteve envolvido em práticas coletivas durante o exercício profissional. Durante a prática laboral, 63(71,6%) dos profissionais com atuação na linha de frente ao enfrentamento da pandemia foram acometidos com a doença. Realizar swab nasal/oral 40(45,5%) e aspiração de tubo endotraqueal 23(26,1%) foram procedimentos comuns nos positivos para COVID-19. O não ajuste adequado da máscara como fator de exposição foi verificado em 50(56,8%) dos profissionais com COVID-19, a ausência de óculos de segurança ou óculos muito grandes também foi verificada. Os sintomas mais referidos pelos profissionais foram tosse 59(67,5%), mialgia 50(56,8%) e febre 45(51,1%). Evidenciou-se que a azitromicina 70(79,5%) e ivermectina 64(72,7%) foram as medicações usadas com mais frequência para o tratamento. A prevalência de complicações relacionadas a COVID-19 foi de 22(10,8%), sendo arritmias 11(12,5%) a mais relatada. No estado do Piauí, os casos de COVID-19 em profissionais da saúde acompanharam as elevações da curva epidêmica no estado.