Introdução: Identificada pela primeira vez na cidade de Wuhan e reconhecida, em 11 de março de 2020, pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como pandemia, a infecção pelo Coronavírus Disease 2019 (COVID-19) foi considerado problema de alta magnitude por exigir a restruturação do atendimento em diferentes contextos e níveis de atenção. No contexto epidemiológico, as projeções apontam que desde o início da pandemia 151.376 trabalhadores de saúde tiveram diagnóstico confirmado para a doença, com destaque para a equipe de enfermagem que concentrou 46,9% dos registros de notificação. Nessa perspectiva, os profissionais de saúde que atuam na linha de frente para o enfrentamento da pandemia, além de apresentar maior risco para contaminação, são vulneráveis ao desenvolvimento ou à intensificação de comorbidades psicopatológicas como distúrbios no padrão de sono, sintomas de ansiedade e de depressão, o que, por consequência, tem influenciado para busca e aumento do consumo de substâncias psicotrópicas como estratégia para uma boa qualidade do sono, sensação de relaxamento e redução dos níveis de ansiedade e depressão. Objetivo: Avaliar a qualidade do sono e o consumo de psicotrópicos por trabalhadores da saúde atuantes na linha de frente para o combate à pandemia da COVID-19. Metodologia: Pesquisa analítica-observacional, transversal, que será desenvolvida em dois centros referenciais para o gerenciamento dos casos moderados e graves de COVID-19 em Teresina – PI, no período de março a dezembro de 2022. A amostra será constituída por 224 profissionais da saúde, dentre médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, técnicos e auxiliares de enfermagem, de ambos os sexos, com carga horária semanal de trabalho igual ou superior a 24 horas e que prestaram atendimento de no mínimo três meses às pessoas infectadas, seja em modalidade hospitalar ou intensiva. Para a coleta dos dados será utilizado um questionário para caracterização sociodemográfica, ocupacional, clínica, consumo de psicotrópicos e padrão do sono, elaborado pelos próprios pesquisadores, além dos instrumentos: Escala de sonolência de Epworth (ESS) e Índice da Qualidade do Sono de Pittsburgh (IQSP). Para a construção do banco de dados será utilizado o software da Microsoft Office Excel, sendo as informações transportadas, posteriormente, para o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). A análise descritiva será expressa por medidas de posição (média e mediana) e de variabilidade (desvio padrão, amplitude, máximo e mínimo) para as variáveis quantitativas e pela frequência absoluta e relativa para as categóricas. Para análise inferencial, será empregado o teste de Kolmogorov-Smirnov para verificação da normalidade dos dados, o teste t de student ou alternativas não paramétricas para comparação entre as variáveis quantitativas, os testes MannWhitney, Kruskal-Wallis, Exato de Fischer ou Qui-quadrado de Pearson para identificação dos fatores associados, preditores e determinantes da qualidade do sono e do consumo de psicotrópicos. Todas as análises serão realizadas ao nível de significância de 5% (p<0,05). A pesquisa atenderá as exigências da Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde e terá início após o parecer favorável à sua realização emitido pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí (CEP/UFPI).