Introdução: Os recém-nascidos internados em Unidades Neonatais são expostos diariamente a procedimentos invasivos que apesar de ocasionar dor e desconforto, são necessários para garantir o suporte diagnóstico e terapêutico. Após a identificação e mensuração da dor, devem ser instituídas estratégias adequadas para minimização e/ou controle, sendo esta uma responsabilidade da equipe multiprofissional. Objetivo: Construir uma matriz teórica a partir da compreensão do universo de significados relacionados ao cuidado de profissionais de saúde com a dor de recém-nascidos em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Métodos: Estudo qualitativo, desenvolvido à luz das premissas da Teoria Fundamentada nos Dados, tendo como referencial teórico o Interacionismo Simbólico e que teve como cenário a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal de uma maternidade pública de referência em Teresina, Piauí. Participaram do estudo 17 profissionais entre enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas e médico, que compuseram os três grupos amostrais. Para produção dos dados, foram realizadas entrevistas semiestruturadas guiadas por um roteiro de perguntas abertas que ocorreram entre os meses de setembro de 2021 a maio de 2022. O processo de codificação aberta, axial e integração foi realizado durante a coleta e análise dos dados, que ocorreu de forma concomitante e comparativa. Resultados: Os significados atribuídos pelos profissionais fizeram emergir o fenômeno central: Redefinindo o cuidado ao RN submetido a procedimentos que ocasionam dor e/ou desconforto no contexto da UTIN, ao qual estão relacionadas nove categorias: Refletindo sobre a rotina de cuidados visando a tomada de decisão e manejo da dor; desvelando a dimensão subjetiva do cuidado com a dor neonatal; reconhecendo as fragilidades do processo de cuidar; decodificando a linguagem do RN para identificar a experiência dolorosa; modelando o modo de agir dos profissionais diante da dor; desenvolvendo a colaboração interprofissional; percebendo o protagonismo da enfermagem no cuidado com a dor neonatal; deliberando novas práticas para o gerenciamento da dor; destacando a educação permanente como ferramenta potencializadora do cuidado. Considerações finais: Os profissionais de saúde devem redefinir o cuidado com o RN, rompendo com as velhas formas de agir, buscando a apreensão de conhecimentos para alicerçar boas práticas, além de manter e reforçar o envolvimento com seus pares pois estes são fatores imprescindíveis na qualidade da assistência prestada nas unidades neonatais.