Introdução: A violência contra a mulher é considerada um fenômeno socialmente complexo. Para a compreensão dos problemas e intervenções associadas à violência contra a mulher, optou-se por utilizar uma tecnologia educativa no intuito de alertar o público feminino sobre os sinais de violência. Objetivos: Avaliar os efeitos de uma intervenção educativa validada no processo de para prevenção da violência contra a mulher; caracterizar a população pesquisada quanto aos aspectos sociodemográficos, econômico e comportamental; identificar as crenças sobre a violência praticado por parceiros íntimos de mulheres antes e após a intervenção educativa; comparar as crenças das participantes antes e após a intervenção educativa acerca da violência contra a mulher e avaliar os fatores de risco para a violência contra a mulher após a intervenção educativa. Métodos: Estudo transversal, quase-experimental, do tipo grupo único, antes e depois, realizado na UBS Centro/Norte de Teresina – PI, no período de março até maio de 2022, após aprovação do CEP da Universidade Federal do Piauí. A amostra foi composta por 111 mulheres da Atenção Básica. Destas, seis participantes desistiram da pesquisa ou forneceram informações incompletas e fizeram parte da população 105 mulheres. Estatísticas descritivas foram utilizadas para análise exploratória das variáveis sociodemográficas e econômicas, aspectos comportamentais das mulheres e parceiros, crenças sobre violência contra a mulher antes e após a intervenção educativa e à avaliação dos fatores de risco para a violência contra a mulher aplicada somente após a intervenção. Para comparar os escores das crenças de acertos no pré e pós-intervenção foi utilizado o Teste de Kappa. Devido a não-normalidade da amostra (p<0,01), a diferença entre soma das respostas certas do instrumento foi analisada pelo teste não-paramétrico Wilcoxon. Foram considerados estatisticamente significantes os testes que apresentaram p<0,05. As participantes tinha média de idade de 36-45 anos (28,6%), miscigenadas (87,6%), católicas (58,1%), em união estável (53,3%) há mais de 10 anos (32,4%), com filhos (75,2%), além do parceiro, coabitam com os filhos (67,6%), a escolaridade de ensino médio completo foi mais observada nas participantes (54,3%) quanto nos parceiros (53,3%), porém recebem menos (41,9%) quando comparado com seus companheiros (62,9%) uma renda financeira individual de 1-2 salários mínimos. Relataram serem etilista (38,1%), porém fazem uso apenas socialmente (72,7%). O uso de drogas não foi constatado na maioria das participantes (98,1%). As mulheres relataram que seus parceiros têm média de idade entre 36-45 anos (29,5%), perderam a virgindade com 17-18 anos (35,2%) com uso de preservativo (56,2%). Com parceiros atuais, a maioria não utiliza camisinha (51,4%) e consideravam-se heterossexual (96,2%). Em relação aos exames de IST, já realizaram testes para HIV (88,6%), sífilis (86,7%) e hepatite B (88,6%). Quase da metade sofreu com algum tipo de violência (41%). Na avaliação das crenças das mulheres verificou-se que apenas 15 mulheres obtiveram acertos inferiores a 60% na pré-intervenção. Após a intervenção educativa, as participantes apresentaram aumento intervenção de 58,1% a 98,1%. Com relação aos domínios na avaliação dos fatores de risco para a violência contra a mulher, foi possível verificar com clareza que comportamentos graves já estão acontecendo por parte dos parceiros através das frequências. Conclusão: O alertômetro foi considerado um material educativo efetivo para ser utilizado na conscientização das crenças em mulheres vítimas de violência e estratégia de prevenção da violência em mulheres atendidas na Atenção Primária à Saúde.