INTRODUÇÃO: Dentre as estratégias de promoção e proteção da saúde, a prevenção de doenças se constitui como um dos pilares fundamentais do sistema público de saúde brasileiro, no qual a vacinação representa uma das medidas de prevenção primária com melhor custo-efetividade. As coberturas vacinais brasileira vêm sofrendo queda significativa relacionada, dentre outros fatores, à hesitação vacinal, definida como o atraso em aceitar ou a recusa das vacinas, apesar de sua disponibilidade nos serviços de saúde. O desenvolvimento de novas tecnologias tem sido impulsionado pela busca por inovações que provoquem mudanças na rotina das pessoas. Logo, um aplicativo para smartphones, voltado à educação em saúde de seus usuários pode minimizar a hesitação vacinal. OBJETIVO: construir e validar um aplicativo para dispositivos móveis, que minimize a hesitação vacinal entre pais, mães ou responsáveis por crianças menores de cinco anos de idade. MÉTODO: Estudo desenvolvido em duas fases: Fase 1 – Revisão de escopo, conduzida de acordo com a estrutura metodológica proposta por Joanna Briggs Institute; A amostra foi constituída por 18 artigos e a síntese dos resultados foi descritiva. 2 – Estudo metodológico, de desenvolvimento de aplicativo. As avaliações da qualidade técnica e do desempenho funcional do aplicativo, realizada por 27 juízes, subdivididos nas áreas de saúde, tecnologia da informação e design, seguiram as recomendações da ISO/IEC 25010. A população alvo, composta por 8 enfermeiros e 81 usuários, que também participaram do processo de validação. A análise dos dados foi realizada por meio da estatística descritiva e inferencial. Nesta, utilizou-se o Alpha de Cronbach, o Coeficiente de Correlação Intraclasse e o Índice de Validade de Conteúdo, com o uso dos softwares Microsoft Excel® e Statistical Package for the Social Sciences, versão 20.0. Foram respeitados os aspectos éticos e o estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí, sob parecer nº 5.254.667/2022. RESULTADOS: Na revisão de escopo os principais fatores relacionados à hesitação vacinal foram desinformação e fake news, efeitos adversos; eficácia, segurança das vacinas e crenças religiosas. Os resultados do estudo metodológico evidenciaram adequação, ou seja, escores “muito apropriado” ou “completamente apropriado”, em todas as características avaliadas, por todos os grupos de avaliadores. A confiabilidade medida pelo alfa de cronbach foi 0,90, a concordância interavaliadores (CCI) igual a 0,89 e a o IVC global, 0,92. Os enfermeiros(as) responsáveis técnicos(as) pelas salas de vacina e os usuários dos serviços, indicaram que o aplicativo apresentou 100,0% e 95,1% de adequação, respectivamente. CONCLUSÃO: O aplicativo VacinAção, fruto deste trabalho, foi considerado adequado em relação à sua qualidade técnica e ao seu desempenho funcional, se configurando como potencial instrumento de informação e educação em saúde, tópicos importantes e indispensáveis a serem trabalhados, para o efetivo combate à hesitação vacinal.