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Banca de DEFESA: ÍTALO ARÃO PEREIRA RIBEIRO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ÍTALO ARÃO PEREIRA RIBEIRO
DATA: 29/11/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Auditório PPGEnf
TÍTULO: QUALIDADE DO SONO E CONSUMO DE PSICOTRÓPICOS POR PROFISSIONAIS DA SAÚDE DA LINHA DE FRENTE DE CUIDADOS À PACIENTES COM COVID-19
PALAVRAS-CHAVES: qualidade do sono; psicotrópicos; profissionais de saúde; COVID-19
PÁGINAS: 136
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Enfermagem
RESUMO:

Introdução: identificada pela primeira vez na cidade de Wuhan e reconhecida, em 11 de março de 2020, pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como pandemia, a infecção pelo Coronavírus Disease 2019 (COVID-19) foi considerado problema de alta magnitude por exigir a restruturação do atendimento em diferentes contextos e níveis de atenção. No contexto epidemiológico, as projeções apontaram que desde o início da pandemia 151.376 profissionais de saúde tiveram diagnóstico confirmado para a doença, com destaque para a equipe de enfermagem que concentrou 46,9% dos registros de notificação. Nessa perspectiva, os profissionais de saúde que atuaram na linha de frente para o enfrentamento da pandemia, além de apresentarem maiores riscos para contaminação, foram vulneráveis ao desenvolvimento ou à intensificação de comorbidades psicopatológicas como, distúrbios no padrão de sono, sintomas de ansiedade e de depressão, o que, por consequência, pode ter influenciado para busca e aumento do consumo de substâncias psicotrópicas como estratégia para uma boa qualidade do sono, sensação de relaxamento e redução dos níveis de ansiedade e depressão. Objetivo: avaliar a qualidade do sono e o consumo de psicotrópicos por profissionais da saúde da linha de frente de cuidados à pacientes com COVID-19. Método: pesquisa analítica-observacional, transversal, desenvolvida em dois centros referenciais para o gerenciamento dos casos moderados e graves de COVID-19 em Teresina – PI, no período de janeiro a maio de 2023. Aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí (CEP/UFPI) emitido sob processo número 4.122.120. A amostra foi constituída por 224 profissionais da saúde, dentre médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, técnicos e auxiliares de enfermagem, de ambos os sexos, com carga horária semanal de trabalho igual ou superior a 24 horas e que prestaram atendimento de no mínimo três meses às pessoas infectadas, seja em modalidade hospitalar ou intensiva. Para a coleta dos dados foi utilizado um questionário para caracterização sociodemográfica, ocupacional, clínica, consumo de psicotrópicos e padrão do sono, elaborado pelos próprios pesquisadores, além do instrumento de Índice da Qualidade do Sono de Pittsburgh (IQSP). Para a construção do banco de dados foi utilizado o software da Microsoft Office Excel, sendo as informações transportadas, posteriormente, para o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 26.0. A análise descritiva foi expressa por medidas de posição (média e mediana) e de variabilidade (desvio padrão, amplitude, máximo e mínimo) para as variáveis quantitativas e pela frequência absoluta e relativa para as categóricas. Para análise inferencial, foi realizado o teste de Kolmogorov-Smirnov para análise e verificação da normalidade da amostra. Para avaliar a associação existente entre as variáveis qualitativas, foi utilizado o teste Qui-Quadrado (X2) de Pearson. Em seguida, foi utilizado o teste de comparação U de Mann-Whitney para as variáveis quantitativas não paramétricas (não normais). Posto isso, com base na análise do p-valor dos testes listados, usou-se a regressão logística binária utilizando-se o teste de WALD. As variáveis foram inseridas no modelo por meio do método enter, variáveis foram inseridas em bloco único, considerando significância estatística p<0,05 como critério para inclusão das variáveis independentes. Foram calculados Odds ratio (OR) com intervalos de confiança de 95%. Resultados: com análise dos dados, foi possível dividir os resultados em três manuscritos que evidenciam os principais achados dessa pesquisa: o primeiro “Preditores da má qualidade do sono em profissionais da saúde: análise no cenário da COVID-19”, apresenta a ansiedade, dificuldades para dormir, tristeza, cansaço mental, cansaço físico, estresse, angústia, frustração, alteração no padrão de sono e sonolência ao longo do dia, como aspectos ligados a má qualidade do sono desses profissionais durante a pandemia, trazendo a variável “estado de saúde muito bom antes de exercer função laboral no setor COVID-19” como fator de proteção; o segundo “Fatores associados ao consumo de psicotrópicos entre profissionais de saúde de serviços hospitalares na pandemia COVID-19”, demonstra que a substância mais consumida foram os ansiolíticos por 22,5% (n=55) dos participantes, sendo os técnicos de enfermagem a categoria que apresentou maior consumo dessa e das demais substâncias. 19,2% (n=47) dos profissionais afirmaram que passaram a consumir substâncias psicotrópicas após início do trabalho no setor COVID-19; e 15,1% (n=37) utilizavam dessas substâncias especificamente para dormir. As variáveis “manifestar interesse em buscar ajuda ou tratamento psicológico, mas não procuraram ajuda” (OR: 5; IC95%: 2,43-10,27, p < 0,000) e “manifestar interesse e procurar ajuda” (OR: 16,4; IC95%: 7,53-36,01, p < 0,000) apresentaram associação com o consumo de psicotrópicos entre profissionais de saúde. Já as variáveis “religião católica” (OR: 0,15; IC95%: 0,04-0,57, p = ,005), “religião evangélica” (OR: 0,13; IC95%: 0,03-0,59, p = 0,008) e “grau de exigência emocional moderado” (OR: 0,35; IC95%: 0,00-0,27, p < 0,001) foram fatores de proteção; o terceiro “Relação da qualidade do sono com o consumo de psicotrópicos entre os profissionais de saúde na pandemia COVID-19” revelou que, as variáveis “já usou, mas não usa atualmente”; “usa atualmente”; “ter usado antidepressivo”; “ter usado ansiolítico”; “ter usado tranquilizante”; “ter usado psicotrópicos com prescrição/orientação médica”; “ter usado psicotrópicos com orientação própria/automedicação”; “ter usado as substâncias em decorrência de depressão”; “ter usado as substâncias em decorrência de ansiedade”; “ter usado as substâncias em decorrência de medo de se infectar com a COVID-19”; “ter usado as substâncias em decorrência de estresse”; “ter usado as substâncias em decorrência de exaustão”; “ter usado as substâncias em decorrência de cansaço mental”; “ter usado as substâncias em decorrência de cansaço físico”; “ter feito uso de substâncias para dormir a noite”; “ter feito uso de substâncias para alívio emocional/sentimental”; “ter feito uso de substâncias em momentos de crise de ansiedade”; “ter feito uso das substâncias antes de trabalhar no setor da COVID-19” e “aumento do uso/dose após o início do seu trabalho no setor da COVID-19” foram independentemente associadas a ter problemas com o sono. Conclusão: a pandemia COVID-19 potencializou diversos transtornos e perturbações já existentes no ambiente laboral dos profissionais da saúde. Aspectos mentais, físicos, emocionais e até mesmo exercer suas funções durante a pandemia, foram algumas das situações associadas à má qualidade do sono e condicionantes ao consumo de substâncias psicotrópicas, como estratégia de manutenção e equilíbrio desses agravos, o que, denotou a ausência ou escassez de cuidados voltados para prevenção e manutenção do bem-estar e saúde dos profissionais de saúde durante esse período.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1735254 - ANA LARISSA GOMES MACHADO
Interno - 2334938 - ANA MARIA RIBEIRO DOS SANTOS
Externo ao Programa - 007.910.532-70 - JEFFERSON ABRAÃO CAETANO LIRA - UFPI
Presidente - 2221112 - MARCIA ASTRES FERNANDES
Externo à Instituição - MARIA HELENA PALUCCI MARZIALE - USP
Interno - 1551620 - MARIA ZELIA DE ARAUJO MADEIRA
Externo à Instituição - SANDRA CRISTINA PILLON - USP
Notícia cadastrada em: 08/11/2023 16:01
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - STI/UFPI - (86) 3215-1124 | © UFRN | sigjb17.ufpi.br.instancia1 07/11/2024 18:41