PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM DE UMA UNIVERSIDADE FEDERAL
Educação em Enfermagem. Programas de Graduação em Enfermagem. Pesquisa em educação de enfermagem.
O levantamento de informações sobre a realidade dos egressos proporciona reflexão sobre o processo de formação em enfermagem e contribui para aperfeiçoar estratégias pedagógicas de formação profissional. Este estudo, realizado com 104 egressos de enfermagem do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Piauí (CGE/UFPI), formados de 2009 a 2011, trata-se de pesquisa descritiva, transversal, com objetivo de caracterizar o perfil dos egressos em relação aos aspectos socioeconômicos, demográficos, formação, atuação e realização profissional. Coletaram-se os dados de maio a setembro de 2013, por meio da aplicação de questionário. Para a análise estatística utilizou-se o aplicativo Statistical Package for the Social Science, versão 18.0. Para verificar diferenças entre duas médias foi utilizado o teste de Mann-Whitney, e para correlacionar as variáveis, usou-se a correlação de Spearman. Para verificar associação entre as variáveis qualitativas foi utilizado o qui-quadrado de Pearson (χ²). Em todas as
análises foi utilizado o nível de significância de 5%. A amostra compôs-se de maioria jovem, feminina, solteira, sem filhos, residentes em Teresina, com renda média mensal de R$ 3.409,80. A maioria realizou atividades complementares durante a graduação, fez ou estava fazendo cursos de pós-graduação e estava trabalhando como enfermeiro. Dentre esses, 62% possuíam apenas um emprego, 57% já haviam passado por dois a quatro
empregos desde a formação, e 46,4% dos vínculos empregatícios foram na área hospitalar. Grande parte atuava predominantemente na assistência e 65,8% afirmaram executar a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), porém não realizavam todas as etapas. As atividades em equipe multiprofissional eram realizadas por 65,8% dos egressos, e 60,8% não participavam de nenhuma entidade de classe. As maiores contribuições do CGE/UFPI foram atribuídas às competências “Aprender por iniciativa própria” e “Respeitar os princípios éticos e legais”. As menores contribuições foram
apontadas nas habilidades “Atuar na gerência de enfermagem” e “Participar de entidades de classe”. Houve associação estatisticamente significativa entre as variáveis ‘área de atuação hospitalar’ e ‘realização da SAE’, ‘participação em programas de iniciação científica’ e ‘realização de trabalho científico’, e ‘contribuição do curso para atuar utilizando o processo de enfermagem/SAE’ e ‘realização da SAE’. O perfil caracterizado mostrou a maioria de enfermeiros jovens, do sexo feminino, em início de carreira. A maioria realizou educação continuada em cursos de especialização e menor quantidade em mestrado. Atuavam predominantemente na assistência, nas áreas hospitalar e de saúde pública. Grande parte realizava a sistematização da assistência de enfermagem, porém de forma incompleta. A participação em entidades de classe foi pouco expressiva, e alguns demonstraram sentimento de insatisfação com a profissão. Quanto às contribuições do Curso, não foram satisfatórias quanto às competências ‘atuar na gerência de enfermagem’ e ‘participar de entidades de classe’. Desta forma, propõem-se modificações no Projeto Pedagógico do CGE/UFPI, no tocante às competências relacionadas à consciência crítica e política do egresso e administração e gerência em enfermagem. Concluiu-se que a realização de estudos com os egressos deve ser feita periodicamente, para que seus resultados possibilitem reflexões, mudanças e/ou aperfeiçoamentos do currículo do Curso.