AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO SEXUAL DE MULHERES SUBMETIDAS A EPISIOTOMIA
Enfermagem. Episiotomia. Sexualidade.
Estudos mostram que puérperas com experiências positivas no retorno a atividade sexual, comparando com o parto anterior em que foram submetidas a episiotomia. Assim, têm-se como objetivo geral: Avaliar a função sexual de mulheres submetidas a episiotomia no retorno das atividades sexuais. Para isso, após aprovação do Comitê de Ética (CAAE: 13178013.6.0000.5214) foram empregados três instrumentos: 1)Dados sociodemográficos e de vida obstétrica das mulheres entrevistadas; 2) Vida sexual pregressa da puérpera; 3) FSFI. Essa escala tem 19 questões, agrupadas em seis domínios: desejo, excitação, lubrificação, orgasmo, satisfação e dor. Teve-se amostra intencional não‐probabilística de 126 mulheres submetidas ao parto normal com episiotomia, atendidas na atenção básica de Teresina/PI e Nazária/PI, de fevereiro a maio/2014. A abordagem à mulher aconteceu em sala de espera, antes da consulta de puericultura. Teve-se 126 mulheres piauienses pardas (33,3%), jovens (M=24,6anos), em união estável (46,8%), com relacionamentos recentes, entre 1 a 3 anos (37,3%). Apesar de mais da metade relatarem certo nível de escolaridade (ensino fundamental e médio), eram donas de casa (56,3%), com renda individual inferior a um salário (21,4), o que gera uma renda familiar entre 1 a 2 salários mínimos (69,8%). Elas moravam em casas cedidas com mais de 4 cômodos (54%) e com até 4 pessoas (55,6%). Dentre os dados obstétricos, não houveram gestação atual gemelar e, em quase sua totalidade (80,2%), não planejaram a gravidez atual. Contudo, apenas 11 (8,7%) não realizaram nenhuma consulta pré-natal. Eram primegestas (43,7%) e primíparas (77,8%), sem histórico de aborto autorreferido, com parto sem distórcias e apresentação cefálica dos seus filhos (70,6%). Ao aplicar a FSFI, essa escala apresentou boa confiabilidade (alph de Cronbach≥ 0,70) em todos os seus domínios. Do total, 84,1% tiveram risco para disfunção sexual. As mulheres com risco de disfunção tiveram baixo índice de orgasmo e moderada lubrificação. Houve correlação estatística entre disfunção sexual e estado civil, bem como motivo do retorno as atividades, atingir orgasmos e frequência das atividades. Conclui-se que a escala é valida nessa clientela, urgindo a necessidade de prevenir gravidezes indesejáveis em mulheres jovens, bem como aprimorar o relacionamento terapêutico para atender a sexualidade enquanto necessidade humana básica.