OFICINAS TERAPÊUTICAS COMO INSTRUMENTO DE REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL: percepção dos profissionais
Saúde mental. Serviços de saúde mental. Psicoterapia de Grupo. Reabilitação.
Introdução: No percurso da reforma psiquiátrica, foram instituídas novas modalidades de serviços em saúde mental com a garantia de humanização e atendimento integral, devendo acontecer longe dos muros manicomiais, em sistema aberto e comunitário, composto por uma equipe multiprofissional com o propósito de oferecer atenção voltada aos aspectos biopsicossociais, destacando-as as atividades de oficinas terapêuticas como instrumento expressivo, enfocando a integração social do usuário na familia e na comunidade. Diante da importância da caracterização dos serviços oferecidos pelos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), bem como de evidenciar estratégias de inclusão e articulação de práticas oferecidas por estes dispositivos, enfocando as políticas públicas voltadas para a saúde mental, foram apreendidos os discursos acerca das oficinas terapêuticas conforme a percepção dos profissionais atuantes no CAPS. Objetivos: Caracterizar os participantes do estudo quanto aos dados sócio-demográficos, formação profissional e tempo de atuação no CAPS; Descrever a percepção dos profissionais sobre oficinas terapêuticas no CAPS e Discutir as oficinas terapêuticas como instrumento terapêutico de reinserção social do usuário do CAPS. Metodologia: Trata-se de um estudo de campo, exploratório, descritiva, de abordagem qualitativa, desenvolvido com sete profissionais do Centro de Atenção Psicossocial que exercem atividades nas oficinas terapêuticas com os usuários do serviço. A coleta de dados aconteceu de novembro a dezembro de 2014, por meio de um roteiro de entrevista semiestruturada, gravadas, transcritas e processadas pelo software IRAMUTEQ, versão 2013, cuja análise lexical ocorreu por meio da Análise de Similitude e pela Classificação Hierárquica Descendente. O estudo cumpriu todas as recomendações da Resolução 466/2012. Resultados: Apresentaram-se em dois subconjuntos: segmento 01 e segmento 02. O primeiro segmento dividiu-se em quatro classes: Classe 7- Motivação profissional para o trabalho no CAPS; Classe 5- Atividades socioterapêuticas desenvolvidas pelos profissionais; Classe 3- Importância das oficinas terapêuticas na ressocialização do indivíduo com sofrimento psíquico e Classe 4- Interesse profissional em resgatar a cidadania. O segundo segmento dividiu -se em três classes: Classe 1- O papel das oficinas terapêuticas na reinserção social do usuário; Classe 2 – Desafios e limitações do trabalho desenvolvido nas oficinas terapêuticas e Classe 6- O resgate da identidade social do usuário por meio das oficinas terapêuticas. Conclusão: Essas classes revelaram que a utilização das atividades de oficinas terapêuticas dentro dos Centros de Atenção Psicossocial contribui para a efetivação da mudança social acerca da doença mental e para inclusão social de pessoas com transtornos psíquicos no cotidiano familiar, na comunidade e do próprio agir do sujeito. Visam à melhoria na qualidade de vida dos usuários do serviço, incentivadas pela abordagem multidisciplinar, tomando como norte a visão de que os profissionais atuem contribuindo para a reabilitação psicossocial dos usuários e para o aprendizado de novos saberes, numa relação dialógica.