INDICADORES SOCIODEMOGRÁFICOS, ANTROPOMÉTRICOS E CLÍNICOS DE PACIENTES ADERENTES E NÃO ADERENTES AO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL
Cooperação do Paciente. Adesão a Medicação. Hipertensão. Enfermagem.
A Hipertensão Arterial Sistêmica configura-se como um problema de saúde pública relevante devido a sua elevada prevalência e baixo controle. O aparecimento desse agravo é expresso através de fatores de risco comuns e potencialmente modificáveis Após o diagnóstico da doença, torna-se indispensável à adesão do paciente ao tratamento. Entretanto, não existe consenso sobre entre a adesão e sua relação com os fatores clínicos das pessoas com hipertensão. Assim, o presente estudo teve como objetivo, comparar os indicadores sociodemográficos, antropométricos e clínicos de pacientes hipertensos aderentes e não aderentes à terapia medicamentosa. Estudo descritivo e delineamento transversal, realizado com 352 pacientes hipertensos, de ambos os sexos, cadastrados e acompanhados nas Unidades de Atenção Primária à Saúde da cidade de Floriano-PI. A coleta de dados ocorreu nos meses de junho, julho e agosto de 2015, por meio de um formulário que contemplou informações sociodemográficas, antropométricas, clínicas e variáveis medicamentosas. Os dados foram analisados no software estatístico Statistical Package for Social Sciences (SPSS), versão 20.0. A fim de se verificar a existência de associações entre as variáveis do estudo, foi utilizado o teste Qui-quadrado e o teste de Fisher. Para todos os testes, foi fixado o nível de significância de 5%. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Piauí, sob número: 1.093.997. Como resultados, verificou-se que 72,7% eram mulheres, 67,9% pardos, 55,7% mantinham uma união consensual ou eram casados, 54,0% aposentados, 77,6% eram analfabetos e/ou possuíam o ensino fundamental incompleto, 49,9% estavam inseridos na classe econômica D-E, 65,9% dos pacientes apresentavam excesso de peso, 60,8% possuíam a circunferência da cintura (CC) elevada, 76,4% eram sedentários, 37,2% possuíam níveis pressóricos elevados. A adesão ao tratamento medicamentoso pelo Teste de Morisky, Green e Levine foi de 29,5%. Ao serem feitas as associações entre a adesão e os fatores sociodemográficos prevaleceram os sujeitos do sexo masculino (66,8%), os pacientes da cor branca (30,0%), os viúvos (34,8%), os aposentados (34,7,%), os pacientes situados na classe econômica C (32,2,%), os que possuíam o ensino superior completo/incompleto (87,1%). A não adesão prevaleceu entre os obesos (77,2%), com valores de CC elevada (74,3%), pressão arterial elevada (71,0%), fumantes (71,1%), etilistas (87,1%), sedentários (73,5%), que usavam os medicamentos de um a dez anos (74,0%), em pelo menos duas vezes ao dia (72,0%). A não adesão esteve associada, estatisticamente, com a circunferência da cintura elevada, ao etilismo e ao tempo de uso dos medicamentos (p= 0,049, p=0,033, p=0,008), respectivamente. Conclui-se que a adesão ao tratamento foi baixa e houve diferença no perfil antropométrico e clinico dos pacientes hipertensos aderentes. Assim, medidas de intervenção necessitam serem traçadas para corrigir a não adesão e promover uma melhor qualidade de vida as pessoas com hipertensão.