O envelhecimento populacional no Brasil e no mundo, assim como o aumento das internações de idosos em serviços hospitalares e, especificamente, em Unidades de Terapia Intensiva, tem mostrado a importância de identificar os fatores associados ao desfecho clínico das internações, nessa faixa etária, em tais unidades. Nesse sentido esta investigação objetivou analisar os fatores associados ao desfecho clínico de idosos internados em Unidades de Terapia Intensiva de hospitais de referência. Estudo observacional, transversal, retrospectivo, desenvolvido em duas l município de Teresina – Piauí, que incluiu indivíduos com 60 anos ou mais de idade, os quais internaram nas Unidades de Terapia Intensiva desses serviços no ano de 2014. A coleta de dados foi realizada entre junho e julho de 2016, utilizando-se formulário pelos pesquisadores e validado por três juízes. Para a a l l -se o programa Statistical Package for the Social Sciences – SPSS. Para as variáveis qualitativas usou-se a distribuição de frequências absolutas (n) e relativas (%) e nas quantitativas utilizou-se medidas de tendência central (média e mediana) e dispersão (desvio padrão); os testes qui-quadrado de Pearson e Anova (One-way Anova), com nível de significância de 5 %, foram adotados para realizar a estatística inferencial. Participaram do estudo 238 idosos, cuja foi de 74,2 anos, sendo 51,6% homens, casados (55,8%), com ensino fundamental (46,2%), de cor parda (33,1%) e aposentados (63,8%). Verificou-se diferença importante no perfil clínico dos idosos internados nos dois serviços, mas no geral 49,5% eram procedentes de outras unidades do próprio hospitalar, observou-se 16% de reinternação, com duração media de 7,2 dias, as quais apresentaram como desfecho o óbito em 68,5% dos casos. O pós-operatório imediato foi responsável por 31,9% das internações. Dentre os fatores avaliados, a doença cerebrovascular foi a doença crônica não transmissível mais frequente (66%); a escala de coma de Glasgow teve avaliação predominantemente grave e moderada, observou-se uso de ventilação mecânica e droga vasoativa durante a internação, o perfil glicêmico apontou hiperglicemia, sendo que todos os fatores investigados tiveram significância estatística com o desfecho óbito. Conclui-se que o envelhecimento saudável, com redução de fatores evitáveis como as doenças crônicas não transmissíveis e o controle das taxas fisiológicas pode levar a um melhor prognóstico caso o idoso venha a necessitar de cuidados intensivos.