Introdução: A elaboração de instrumentos capazes de medir o exercício dos componentes conhecimento, habilidade e atitude de competências técnicas funcionais para prevenção e tratamento de lesão por pressão exige análise de propriedades de conteúdo e psicométricas. Objetivos: Testar as propriedades psicométricas do componente conhecimento do instrumento de medida da competência avaliação de risco para lesão por pressão por meio da estratégia de simulação clínica avançada. Metodologia: Estudo metodológico, na perspectiva multicêntrica, desenvolvido em etapas com aplicação do instrumento a grupo único antes de aula-padrão, seguindo do desenvolvimento da aula, feito aplicação do instrumento após o cenário e o debriefing da experiência de simulação. Estudo desenvolvido nos Laboratórios de Simulação em Enfermagem da Universidade Federal do Piauí e da Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Paraná. Constituíram população do estudo estudantes de graduação em enfermagem cursando as disciplinas administração em enfermagem e estágios obrigatórios de universidades públicas no Paraná e, públicas e privadas no Piauí. A amostragem foi por conveniência. Participaram do estudo 155 estudantes captados nos meses de agosto e setembro de 2016. Os dados foram coletados por dois instrumentos: instrumento de medida da competência e a Escala do Design da Simulação. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí (parecer n.º 1.806.560). Foram aplicadas estatísticas uni, bi e multivariadas, utilizando-se os softwares IBM® SPSS® e R, por meio do pacote Mirt. Resultados: A média de idade dos estudantes de enfermagem foi de 26,2 (±6,6) anos. Após o cenário de simulação clínica, o autovalor do componente conhecimento foi 1,41 unidades maior em relação a após o debriefing, com maior fidedignidade (0,94 vs. 0,92). Assim, elegeu-se para apreciação psicométrica as medições do segundo momento da estratégia (após o cenário), sendo mantidos os 14 itens referentes ao construto teórico do instrumento. Verificou-se redução de 2% no nível de eficácia entre antes da aula e depois do cenário de simulação e o aumento de 8% nos escores entre depois do cenário e após o debriefing. Para as categorias pouco eficaz e moderadamente eficaz, observou-se o aumento de 2 (1,3%) e 6 (3,9%) estudantes após o cenário; e a redução de 6 (3,9%) e 36 (23,2%) após o debriefing. Na testagem do cenário de simulação, destacaram-se o realismo 17,9 (±3,4) oferecido durante a execução do cenário e o feedback/reflexão durante a etapa de debriefing da estratégia 17,6 (±2,6) como elementos essenciais para o exercício da competência em estudo. Discussão: Instrumentos de medida desenvolvidos para avaliação de atributos de estudantes apresentam avaliação da dimensionalidade e confiabilidade, porém, não são analisados os parâmetros de discriminação e dificuldade. O componente conhecimento da competência avaliação de risco para lesão por pressão apresentou maior consistência interna. Ao apresentar-se uma medida com elevada confiabilidade, o grau de combinação do aluno representará para um profissional com mais experiência na área, como um professor, instrutor, formador, a depender no contexto em que estiver inserido, as lacunas que o avaliando apresenta, isto é, até que nível houve combinação de conhecimentos. Conclusões: A comparação das mensurações propiciou a verificação do momento mais adequado para avaliação da capacidade de medida do instrumento em contexto de simulação clínica avançada: após o cenário de simulação. O componente conhecimento mostrou-se unidimensional e apresentou alta discriminação, boa magnitude na dificuldade dos itens e elevada confiabilidade.