INTRODUÇÃO: A hanseníase é considerada uma doença prioritária no âmbito da saúde pública no Brasil e em vários outros países. Milhares de pessoas são acometidaspela hanseníase no mundo e muitas sofrem com o estigma e o preconceito associados às incapacidades físicas e deficiências provocadas pela doença.OBJETIVO: Analisar a limitação de atividade, consciência de risco, o grau de restrição à participação social e fatores associados em pessoas acometidas pela hanseníase.MÉTODO: Estudo transversal, analítico, o qual buscou abordar toda a população diagnosticada com hanseníase residente no município de Floriano-PI e incluídas no SINAN, no período de 2001 a 2014. Foram avaliadas 228 pessoas. Para digitação e qualificação da base de dados foi usado o programa Epi-Info™, versão 7.1.3., e para as análises estatísticas, o SPSS, versão 20.0. Foram realizadas análises univariadas e para as bivariadas foi utilizado o teste Qui-quadrado. As variáveis que na análise bivariada apresentaram valor de p<0,20 foram submetidas à regressão logística. RESULTADOS: Houve predominância de pessoas do sexo feminino, faixa etária economicamente ativa, preta/parda, de religião católica, casadas, com ensino fundamental, renda entre um a dois salários mínimos, com moradia própria e que não recebiam ajuda de familiares e/ou amigos e nem de programas sociais. Foi observado maior proporção de paucibacilares (57,89%), forma clínica indeterminada (41,23%), com grau 1 de incapacidade física (60,09%). A maioria das pessoas não possuía limitação de atividade funcional(53,51%), a consciência de risco teve prevalência do escore zero (58,77%). Com relação a restrição à participação social, a expressiva maioria não apresentou restrição (81,5%).A limitação da atividadefoi associada a faixa etária de 20 a 29 anos e 60 anos ou mais; situação conjugal separado; ocupação aposentado e ter grau 1 ou grau 2 de incapacidade física; Apresentaram-se como fator de proteção: não possuir diabetes; a ausência de diagnóstico de depressão; a ausência de incapacidade de longa duração; qualidade de vida após hanseníase boa e muito boa; não receber ajuda.Verificou-se associação significativa entre a limitação de atividade funcional e consciência de risco, assim como entre limitação de atividade e participação social. Conclusão: Existe contexto de desigualdade social instalado e padrão clínico característico com a fase inicial da doença, sendo que alguns destes fatores pontuados estão associados a limitação de atividade e restrição a participação social relacionados a hanseníase.