Introdução: A infecção pelo HIV se caracteriza como pandemia e representa desafio para a comunidade científica devido aos vários aspectos implicados. A população jovem possui taxas elevadas de infecção pelo HIV e por conseguinte deve ser priorizada na implementação de ações de prevenção de saúde. Os universitários, compreendidos nessa população, embora sejam um grupo com maior nível de escolaridade e de acesso a informação não estão isentos de comportamentos de risco e devem ser incluídos nas ações dos serviços de saúde. Dentre as estratégias promissoras na prevenção de doenças, destaca-se o emprego de aplicativos móveis
devido cobertura do uso e facilidade de acesso a informação. Objetivo: avaliar o efeito do uso de aplicativo móvel sobre HIV/Aids no conhecimento de estudantes universitários da área da saúde. Método: Trata-se de um estudo de intervenção, randomizado, do tipo antes e depois, realizado com 196 estudantes universitários da área da saúde de uma Universidade Federal de referência do estado do Piaui. Os cursos de graduação incluídos foram: enfermagem, farmácia, odontologia e medicina. A coleta de dados ocorreu nos meses de agosto a dezembro de 2018. Utilizaram-se questionários para identificação das características sociodemográficas e comportamentais dos participantes e para avaliação global do conhecimento sobre o HIV, este categorizado em três níveis ordenados de conhecimento: alto, médio e baixo. Após essa etapa procedeu-se a implementação do aplicativo móvel denominado educ@aids. A seguir os estudantes responderam o questionário pós-intervenção para identificar o efeito da intervenção em relação ao conhecimento sobre o HIV. Os dados foram digitados e analisados com o uso do software SPSS versão 19.0. Os valores dos percentis 75 e 25 foram considerados como pontos de corte para o agrupamento da variável nas três categorias de conhecimento: Alto (>75), Médio (75-25) e Baixo (<25). Foram realizadas análises univariadas, por meio de estatísticas descritivas simples e para comparação do conhecimento antes a após intervenção foi utilizado o Teste de McNemar, ao nível de 0,05 de significância. Resultados: predominou estudantes do sexo feminino (53,6%), idade média de 21,4 anos, solteiro (92,9%), pardos (62,2%), renda familiar de 3-4 salários mínimos, idade média de inicio sexual aos 17 anos, acesso à internet por mais de 5 horas por dia (55,6%), uso de preservativo (78,7%).Verificou-se que 63,8% dos estudantes investigados possuíam médio nível de conhecimento e após a intervenção passou a prevalecer alto conhecimento sobre HIV (72,4%). Identificou-se equívocos em relação a transmissão, medicação e prevenção do HIV, sendo essas questões modificadas através do uso da intervenção, apresentando significância estatística (p<0,05). Conclusão: o uso do educ@aids teve efeito positivo no conhecimento sobre HIV/Aids entre os universitários da saúde, ratificando o potencial das tecnologias móveis no contexto da saúde. Entende-se que o acompanhamento do conhecimento dos alunos sobre o HIV/Aids, com o uso de novas tecnologias educativas poderá ter o potencial de minimizar as suas vulnerabilidades em relação à infecção.