Introdução: O estresse ocupacional coloca em risco a saúde dos profissionais e tem como consequência o baixo desempenho, alta rotatividade, absenteísmo e violência no local de trabalho. Intervenções foram desenvolvidas com a finalidade de reduzir os sintomas de depressão, ansiedade e estresse para melhorar o bem-estar geral. E apesar da literatura mostrar resultados significativos na diminuição do estresse, ainda há poucos estudos que analisem a eficácia da intervenção a longo prazo. Objetivo: analisar os níveis de estresse entre profissionais na enfermagem no ambiente de trabalho. Método: Trata-se de um estudo transversal, observacional, analítico. População foi composta por Enfermeiros e técnicos de enfermagem de um hospital universitário. A amostra final foi composta por 30 profissionais de enfermagem, na qual 15 profissionais compuseram o grupo da intervenção (GI) e 15 foram selecionados por amostragem aleatória simples para compor o grupo controle (GC). Os participantes foram informados dos procedimentos do estudo e realizaram leitura e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Na coleta de dados foram aplicados: formulário de caracterização do perfil sociodemográfico e laboral e a Escala de Estresse no Trabalho (EET). A intervenção consistiu em um programa, com foco no trabalhador, estruturado em quatro sessões, com periodicidade quinzenal e duração de dois meses. As informações coletadas para o estudo foram digitadas por dupla entrada em planilhas Excel e posteriormente processamento pelo Statistical Package for the Social Sciences (SPSS - versão 20.0). Foi aplicado o teste de Shapiro-Wilk para teste de normalidade das variáveis numéricas. No tocante as comparações entre os grupos foram utilizados o teste t de Student para amostras independentes para os dados paramétricos e o teste U de Mann-Whitney para dos dados não paramétricos. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Piauí com o número do parecer: 3.189.631. Resultados: A amostra dos grupos foi composta 20 enfermeiros e 10 técnicos de enfermagem, predominantemente mulheres, com a média de 35,06±5,71U.A. (grupo controle) e 37,1±5,2U.A. (grupo intervenção). Quanto ao número de vínculos no grupo controle 67,7% possuíam dois empregos bem como 86,7% do grupo intervenção. Por meio do teste U de Mann-Whitney pode-se comparar o nível de estresse entre os grupos, no qual observou-se diferença estatística do nível de estresse entre o grupo controle (3,34±0,71 U.A.); grupo intervenção (2,52 ±0,59 U.A.), p=0,002, sugerindo que a intervenção contribuiu para a redução dos níveis de estresse no ambiente de trabalho. Conclusão: Comparando o nível de estresse geral entres os grupos controle e intervenção constata-se que a intervenção diminuiu significativamente o nível de estresse nos profissionais, foi possível ainda identificar os estressores dos profissionais por meio da Escala de Estresse em Profissionais.