Introdução: no cotidiano do trabalho dos Centros de Atenção Psicossociais, o afetivo, a mobilização da inteligência e a subjetividade, correspondem ao trabalho efetivo e coletivo exigindo o “uso exacerbado de si” em detrimento do outro, Nas relações e mediações esse exercício da subjetividade pode ser fonte de prazer ou sofrimento afetando a saúde mental dos trabalhadores conforme os pressupostos da Psicodinâmica do Trabalho. Objetivos: o estudo teve como objetivo geral avaliar a percepção do Impacto e Satisfação do Trabalho, Fadiga por Compaixão e Empatia junto aos profissionais de saúde mental de um município do nordeste brasileiro e como específicos: identificar a percepção do impacto do serviço dos profissionais de saúde mental; medir a fadiga por ccompaixão, a qualidade de vida profissional e a satisfação por compaixão dos profissionais de saúde mental; identificar o grau de satisfação da equipe de trabalho em relação aos serviços oferecidos e às condições de trabalho nas instituições; mensurar a empatia individual dos profissionais de saúde mental; verificar a relação entre a empatia e a fadiga por compaixão dos profissionais de saúde mental. Metodologia: estudo transversal de natureza quantitativa, analítico, observacional, com amostragem por conveniência realizado com 26 trabalhadores de saúde mental que atuavam no Centro de Atenção Psicossocial II e Centro de Atenção Psicossocial III de um município do nordeste brasileiro, com as escalas autoaplicáveis IMPACTO BR, SATIS BR, PROQoL BR (versão IV) e EMRI. Os dados foram analisados com o apoio do software SPSS versão 22.0. Para caracterização dos participantes foram realizadas estatísticas descritivas; nas correlações entre as variáveis quantitativas, utilizou-se o coeficiente de correlação de Spearman e Pearson, nas análises adotou-se o nível de significância de 0,05, sendo considerados estatisticamente significantes, os resultados dos testes que apresentaram p≤ 0,05. A coleta de dados ocorreu no período de julho de 2020. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Piauí, com o parecer n°.4.062.784. Resultados: houve predominância de indivíduos com média de idade de 35,58 anos, do sexo feminino, casados ou vivendo com companheiros (57,7%), possuíam a pós-graduação 50,0%; e outras profissões e (34,6% ) atuação na área da Saúde Mental entre 1 a 6 anos. A satisfação da equipe em relação às próprias condições do trabalho, apresentou média de 6,47(±1,09), a Satisfação por Compaixão teve média de 51,31(±3,53), a Fadiga por Compaixão teve média de 17,92 (±6,70), nas dimensões da Empatia o escore com maior média foi o de Angústia Pessoal, com 29,24 (±2,99), Consideração Empática obteve média de 26,4 (±3,43), mediana de 27,00, Tomada de Perspectiva obteve média de 20,52(±4,66); Fantasia teve média de 19,72(±4,53). Conclusão: o trabalho em saúde mental revelou-se desgastante em razão da satisfação em cuidar, o que exige estratégias defensivas para a minimização do dos riscos de transtorno mental relacionado ao trabalho.