Introdução: O cuidado pré-natal contribui para a prevenção de doenças, redução de riscos, promoção da saúde, e diminuição de mortes materna e infantil. Consiste em um cuidado singularizado por meio do manejo adequado de fatores de riscos e monitoramento clínico até o final da gestação. Entende-se que a equipe de saúde precisa estar articulada e preparada para identificar os possíveis fatores de riscos, sejam eles, clínico, socioeconômico ou emocional, ou seja, na sua total integralidade. Objetivos: Desenvolver um protocolo para sistematizar o cuidado interprofissional das gestantes atendidas em um Centro de Atenção Especializado Materno Infantil. Método: Trata-se de uma pesquisa qualitativa pautada no referencial metodológico da Pesquisa Convergente Assistencial (PCA), realizada em um Centro de Atenção Especializado Materno Infantil- CAEMI. A coleta de dados ocorreu no período de março a novembro de 2022. Constitui-se população da pesquisa os profissionais que fazem parte da equipe multiprofissional do referido serviço. A coleta de dados se deu por meio de Observação Participante, e oficinas temáticas utilizando o processo denominado Quatro Erres, norteadas com o uso de um roteiro. Para análise dos dados, será adotado a técnica de análise de conteúdo de Bardin, e uso do Software Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires (Iramuteq), para auxiliar na codificação e análise dos dados. O estudo foi aprovado pelo Comitê de ética e Pesquisa sob parecer n° 5.303.026, CAAE:54377221.0.0000.5214. Para a revisão Integrativa de literatura a busca dos artigos ocorreu nos meses de janeiro a fevereiro de 2022 mediante a busca nas bases de dados LILACS, BDENF, SCOPUS, CINAHL, WEB OF SCIENCE e MEDLINE totalizando em 19 artigos. Resultados: evidenciou-se na revisão integrativa uma assistência fragmentada, sem a participação de forma compartilhada da equipe multiprofissional; com maior assistência a nível intermediário realizado apenas pelo profissional médico em alguns serviços. Identificou-se nas oficinas a fragilidade da assistência como a ausência do protocolo, a indisponibilidade de algumas especialidades que se fazem necessárias para o acompanhamento das gestantes de alto risco, a realização de exames, e a falta da articulação entre a Atenção Terciária com a Especializada. Conclusão: concluiu-se a necessidade de utilização de protocolos assistenciais, direcionados para a rotina de trabalho de modo a ampliar os olhares e diálogos no planejamento do cuidado. Destaca-se que as oficinas temáticas se configuraram como uma grande estratégia metodológica afim de provocar as mudanças, e por meio dos saberes e das experiências dos profissionais fosse possível a construção compartilhada do protocolo.