Introdução: A experiência de ter um filho internado em uma Unidade de Terapia Intensiva pode ser vivenciada pelos pais sob fortes emoções; gera traumas e prejudica o vínculo parental. Objetivo: Avaliar a efetividade de uma intervenção combinada na redução do estresse materno durante a internação do recém-nascido. Método: Estudo prospectivo, quase experimental, do tipo antes e depois, com único grupo, realizado em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal de um hospital público do estado do Piauí. Compuseram a amostra 50 mães e seus recém-nascidos. Os dados foram coletados por questionários estruturados, em dois momentos, utilizando-se a Teoria da Consecução do Papel Materno, a Parent Stressor Scale: NICU (PSS:NICU) e uma intervenção combinada intra-momento. A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2021 a junho de 2022, os mesmos foram analisados pelo software (SPSS); para o desfecho principal, utilizou-se o teste de Wilcoxon. Para as variáveis categóricas, frequência absoluta (n) e relativa (%); para as variáveis numéricas, medianas e interquartis. Para as análises bivariadas, utilizou-se correlações de Pearson, Spearman e para as multivariadas, a regressão múltipla. Adotou-se significância estatística, para o valor de p menor ou igual a 0,05. O projeto recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa Humana da Universidade Federal do Piauí, com o parecer número 4.717.319 e cadastro no Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (RBR-9w7kspz). Resultados: A idade variou entre 15 a 37 anos, pardas (56%), casada/união estável (80%), católicas e na segunda ou mais gestações (60%), parto vaginal e dois ou mais filhos vivos (52%) e gestação não planejada (54%). O estresse materno obteve pontuação total maior na pré-intervenção, mediana/interquartil 2,82 (2,26 – 3,39), dentre as subescalas, a “alteração no papel parental” alcançou maior nível de estresse, 4,00 (3,37 – 4,40), seguido “sons e imagens” 2,50 (1,30 – 3,20) e “aparência e comportamento” infantil, 2,07 (1,67 – 2,78). Houve diferença estatística intra momentos nas três subescalas e no estresse geral (p<0,000). O estresse foi associado à idade materna, à raça e ao estresse vivenciado no ano anterior ao parto; obteve-se modelo de regressão [F (2,47) – 5,772; p <0,006, R2=0,296). Além do mais, outras variáveis correlacionaram-se ao estresse geral, a idade materna e o APGAR no 5º minuto. O estresse na subescala imagens e sons, correlacionou-se ao APGAR 1º e 5º minuto e na subescala “aparência e comportamento” correlacionou-se a anos de casados. O acompanhamento guiado e diário, ocorreu em 100% das participantes, alcançou mediana/interquartil 8 (7 – 10). Dentre os cuidados mais prestados pela mãe, estavam o toque seguro, conversar/cantar, troca de fraldas, limpeza do coto umbilical e posição canguru. Considerações Finais: A intervenção combinada reduziu de maneira efetiva e positiva os níveis de estresse nas três subescalas e no estresse geral. Recomenda-se fortemente a promoção de intervenções direcionadas à mãe de recém-nascidos internados em Unidade de Terapia Intensiva, que possam acolher, dialogar e estimular a parentalidade, além do mais a ampliação de outros estudos com amostras mais abrangentes que incentiva o protagonismo materno no exercício parental, de modo que se promova acolhimento e orientação da equipe multiprofissional.