Introdução: As Redes de Atenção à Saúde (RAS) das pessoas com Doenças Crônicas, como a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), são arranjos organizativos que buscam garantir a integralidade do cuidado por meio da assistência integral, promoção de saúde e prevenção de complicações. Objetivo: Analisar os componentes da RAS para pessoas com hipertensão no Piauí, Brasil, e sua associação com o atributo de integralidade da Atenção Primária a Saúde (APS) por meio da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS). Método: Trata-se de estudo transversal descritivo realizado a partir de dados secundários da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) em 2019, na unidade federativa do Piauí, com amostra de 147 pessoas que autorrelataram diagnóstico de HAS. Realizou-se análise estatística descritiva e exploratória dos dados, bivariada com aplicação de testes de associação e multivariada com a aplicação de uma regressão logística. A pesquisa utilizou dados secundários públicos da PNS 2019, realizada pelo IBGE, não exigindo, portanto, a submissão específica ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Resultados: Entre as variáveis sociodemográficas com a integralidade dos serviços disponíveis e prestados, não houve variáveis estatisticamente significantes. Para integralidade dos serviços disponíveis, destacaram-se como fatores de proteção o local de atendimento (OR= 0,67), atendimento pelo mesmo médico (OR=0,92), realização de exame de sangue (OR=0,99) e encaminhamentos para especialistas (OR=0,97); práticas integrativas (OR=0,50) e internar por hipertensão (OR=0,89); e a obtenção do medicamento no "aqui tem farmácia popular". Como fator de risco, o atendimento no SUS (OR= 1,20); o uso de medicamento para hipertensão (OR= 1,25) e pagar pelo medicamento (OR=2,06). Na integralidade dos serviços prestados, os fatores de de proteção foram o encaminhamento para especialistas (OR=0,927); prática integrativa (OR=0,241) e internar por hipertensão (OR=0,782); o uso do medicamento para hipertensão (OR=0,412) e o medicamento obtido no “aqui tem farmácia popular” (OR=0,450). Os fatores de risco foram o local de atendimento (OR=2,275), atendimento no SUS (OR=1,667), atendimento pelo mesmo médico (OR=1,570) e exame de sangue (OR=2,489); e o pagamento pelo medicamento da hipertensão (OR=2,239). A associação entre os atributos da APS e os componentes da RAS dos hipertensos, observou-se que as variáveis de integralidade dos serviços prestados, prática integrativa e complementar (OR=0,241; p=0,007) e uso da “aqui tem farmácia popular” (OR=0,45; p=0,025) foram estatisticamente significantes.