Introdução: A COVID-19 é uma infecção respiratória aguda causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) que rapidamente se espalhou pelo mundo, desenvolveu doenças respiratórias graves com registros elevados de morbimortalidade. Uma proporção substancial de pessoas com a doença desenvolve sequelas pós-agudas que podem impactar de maneira significativa a qualidade de vida entre aqueles que tiveram a infecção. Objetivo: avaliar a qualidade de vida das pessoas que tiveram COVID-19 e os fatores relacionados. Método: Trata-se de estudo descritivo, transversal, com abordagem quantitativa, realizado no Estado do Piauí, Brasil. A população do estudo foi constituída por pessoas da população geral que tiveram diagnostico confirmado para a COVID-19 pelo menos uma vez, de ambos os sexos, com idade igual ou maior a 20 anos e inferior a 60 anos, vacinados ou não contra a COVID-19 e que fazem parte dos territórios das Regionais de Saúde Estado do Piauí. Assim, 264 participantes compuseram a amostra do presente estudo. O estudo atendeu os aspectos éticos sob número do parecer: 4.122.120. Realizou-se a coleta de dados, por meio de um instrumento elaborado pelos pesquisadores, composto por variáveis sociodemográficas, clinicas e para avaliar a qualidade de vida foi utilizado o EuroQol 5 (EQ-5D-5L). O instrumento de coleta de dados foi enviado virtualmente por meio de um link web, para acesso ao formulário online disponível no Google Forms, para preenchimento individual. Cabe ressaltar que, antes do participante acessar o formulário online propriamente dito, foi disponibilizado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, para leitura e aceite. Resultados: Na amostra total de 264 participantes, predominou o sexo feminino (73,9%, n=195), com escolaridade mínima de graduação ou pósgraduação (75,4%, n=199), cor parda (63,6%, n=168), professava a religião católica ou evangélica (86,4%, n=228), não possuía união estável (61,7%, n=163) e tinha situação laboral ativa (72,7%, n=192). As características preditoras relacionadas à classificação do domínio mobilidade evidenciou, associação com as seguintes obesidade (p=0,015), imunossupressão (p=0,041), doença cardíaca crônica (p<0,001), diabetes tipo 2 (p<0,001), hipertensão (p=0,003). No bloco das sequelas, houve associação estatisticamente significativa da classificação da qualidade de vida no domínio mobilidade com: dificuldade respiratória (p=0,046), lesões pulmonares (p=0,007), dor no peito (p=0,014) e ansiedade (p=0,032). Conclusão: A qualidade de vida da população e o estado geral foram afetados pela COVID-19, as sequelas pós-COVID-19 são frequentes e associam-se com os domínios mobilidade, ansiedade/depressão, dor e desconforto que também encontra-se comprometidos após a infecção pelo vírus. As sequelas e efeitos da COVID-19 longa permitem a formulação de estratégias de reabilitação para pacientes pós-COVID-19.