Introdução: A violência é considerada um fenômeno crônico e complexo e apresenta-se como grave problema de saúde pública no mundo, além de estar categorizada no rol das causas externas, que configuram como a sexta causa de morte de pessoas idosas no Brasil. Objetivo: Analisar a relação entre a prevalência do risco de violência contra a pessoa idosa na comunidade e fatores associados. Método: Trata-se de um estudo transversal realizado nas Unidades Básicas de Saúde, da zona urbana, de Teresina-PI. As pessoas idosas cadastradas nesses ambientes de cuidado, que procuraram atendimento compuseram a amostra totalizando 143 participantes. Após aprovação no comitê de ética em pesquisa, a coleta de dados foi realizada no período de outubro de 2022 a fevereiro de 2023, com a utilização de questionário sociodemográfico e escalas aplicadas pelas pesquisadoras. Os dados foram organizados no Microsoft Excel® e submetidos a análise estatística no programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 26.0. Resultados: Os resultados apontaram maioria de mulheres (n=108; 62,4%), com idade entre 60 e 70 anos, pardas (63%), sem cônjuge fixo (solteiro, divorciado ou viúvo). As pessoas idosas entrevistadas, convivem em média com duas a três outras pessoas em suas residências, sabem ler e escrever (71,7%) e estudaram, pelo menos, até o ensino fundamental incompleto (42,2%). Quanto a ingestão de bebida alcóolica, o consumo médio dentre os que responderam que fazem uso, gira em torno de 6 doses de bebida. A hospitalização resultante de algum tipo de violência sofrida, ocorreu com apenas oito participantes dessa amostra. Dentre as pessoas idosas que participaram da pesquisa, 16,8% eram dependentes para Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD), enquanto 16,2% mostraram-se parcialmente dependentes para Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD), além de 68,2% apresentar perda cognitiva. A associação do risco de violência com os fatores sociodemográficos, econômicos e clínicos, evidenciou significância estatística do risco de violência com a faixa etária (p < 0,018), bem como, com a variável internação por violência (p<0,039). No que concerne ao risco de violência evidenciou-se que os três itens com maiores escores foram “ficar triste ou sozinho(a)” (48%/ n=83), “ofensas e fazer sentir-se mal” (41%/ n=71) e “pegar pertences sem permissão” (28,9%/ n=50).