Introdução: O leite materno é uma fonte ideal de nutrientes para o recém-nascido, é recomendado que a amamentação seja iniciada na sala de parto e mantenha-se exclusiva nos seis primeiros meses de vida, sendo uma prática eficaz na diminuição da morbimortalidade infantil. Visando oferecer apoio técnico de forma sistemática e integrada às maternidades prioritárias para qualificação das práticas de gestão e atenção ao recém-nascido, incluindo as políticas voltadas para promoção do aleitamento materno, o Ministério da Saúde criou a “Estratégia Qualineo”. Objetivo: Analisar os fatores associados ao aleitamento materno exclusivo dos recém-nascidos internados nas Unidades Neonatais a partir da implantação da Estratégia QualiNeo nos anos de 2021 e 2022. Método: Trata- se de um estudo observacional, transversal e retrospectivo. Foi realizado no Núcleo de Vigilância de Óbito Materno e Neonatal de uma maternidade pública referência em alta complexidade de Teresina. A população é composta pelos recém-nascidos internados em unidades neonatais, cujos dados foram coletados a partir das fichas de monitoramento do cuidado neonatal no período de janeiro de 2021 a dezembro de 2022. A análise dos dados foi realizada no software Stata®️, versão 14. Sendo utilizado o teste do qui- quadrado de Pearson e calculada a razão de prevalência, estimada pela regressão de Poisson. O nível de significância adotado para os testes foi de p<0,05. Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o Parecer n° 5.705.974. Resultados: Quanto ao perfil das mães dos recém-nascidos, 48,1% tinham idade entre 20 a 29 anos e, destas 49,9% tiveram recém-nascidos que estavam em aleitamento materno exclusivo na alta. Em relação a cor da pele, 81,5% se auto declaravam pardas, 88,6% tinham escolaridade igual ou superior a 8 anos. 3,5% fumavam, 2,9% informaram ter usado bebida alcoólica semanalmente na gestação e 1,6% faziam uso de drogas ilícitas. Em relação ao perfil dos recém-nascidos, destaca-se que 52,3% são do sexo masculino, 51,3% nasceram com peso igual ou acima de 2500g e 42,2% tinham idade gestacional de 34 a 36 semanas no nascimento. Todas as variáveis citadas tiveram p<0,05. As variáveis idade da mãe (p= 0,027) e uso de esteroide antenatal (p<0,001) tiveram associação significativa com o aleitamento materno exclusivo. O cálculo da razão de prevalência identificou como fatores que aumentam a probabilidade do recém-nascido ter alta em aleitamento materno exclusivo: a mãe ter usado esteroide neonatal, recém-nascido ser do sexo feminino, idade gestacional acima de 31 semanas, não ter sido reanimado, não ter utilizado ventilação com máscara, balão ou cânula, ter tido um Apgar no 1° e 5° minuto igual ou maior que 7, clampeamento do cordão umbilical a partir de 1 minuto, internação na UCINCa e o contato pele a pele ser no primeiro dia de vida. Conclusão: Os fatores maternos e neonatais estão relacionados com a taxa de aleitamento do recém-nascido no momento da alta. Evidenciando a importância de uma assistência integrada e de qualidade durante o pré-natal, parto e a continuidade do cuidado no ambiente hospitalar. Portanto, é preciso a realização de novos estudos com o intuito de aprimorar intervenções eficazes e apoio ao aleitamento materno exclusivo.