DOS FENÔMENOS AO NADA: UM ESTUDO SOBRE A LIBERDADE EM SCHOPENHAUER
Caráter inteligível; Necessidade; Negação da Vontade.
O presente trabalho propõe fazer um exame sobre a noção de liberdade a partir da obra de Arthur Schopenhauer. Nesta investigação tentamos preservar o caráter “orgânico” de sua filosofia estudando a noção de liberdade a partir das relações que esta estabelece com os âmbitos epistemológico, metafísico e ético do conjunto geral de sua obra, dando ênfase, todavia, à definição de liberdade enquanto negação de toda necessidade. Neste sentido, partiremos da crítica que Schopenhauer faz à resolução kantiana da antinomia liberdade versus necessidade, presente na Crítica da razão pura, para em seguida mostrar como a resposta dada por Schopenhauer a esta antinomia se baseia na sua concepção metafísica do mundo, ou seja, do mundo como objetivação da Vontade. Tal metafísica dará suporte à sua formulação de uma ética descritiva, que refuta qualquer possibilidade de um melhoramento do caráter dos indivíduos a partir de doutrinações morais. Por fim, apresentamos nossa interpretação do que Schopenhauer chama de “aparição da liberdade no fenômeno”, de acordo com sua definição de liberdade enquanto negação de toda necessidade.