A SOLIDARIEDADE COMO PRÁXIS HERMENÊUTICA EM GADAMER
Gadamer, Hermenêutica, Práxis, Amizade, Solidariedade.
A presente pesquisa tem como propósito a reflexão acerca dos elementos que constituem a experiência da solidariedade como práxis hermenêutica em Hans-Georg Gadamer(1900 – 2002). Nesse sentido, interroga sob que medida é possível, mediante à hermenêutica filosófica, em sua reflexão sobre a práxis, reivindicar a relevância da solidariedade como um objeto de especulação da mesma e como modo de vida em comum, no contexto da racionalidade ocidental. Apresenta-se, não como uma proposta universal, tampouco como uma teoria ético-política, mas, sobretudo como razão prática que questiona a ciência moderna em sua redução do significado da filosofia e, consequentemente da instrumentalização do saber, com o método científico. É solidariedade porque práxis hermenêutica e, enquanto tal, correlata a amizade grega como “morada em comum”, no sentido de familiaridade e de pertencimento do “saber-de-si” no “saber-com-os-outros” . A solidariedade é modo de vida mediante o qual se atua e se comporta; é a condição decisiva e a base de toda razão social, porquanto, alternativa ou até mesmo corretivo às práticas racionalizadas e de auto alienação humana. Eis porque a hermenêutica da solidariedade nos conduz à reflexão sobre a possibilidade de uma experiência de finitude, realizada em comunidades linguísticas, cujo testemunho questione e ultrapasse a competência da ciência como acontecer da verdade.