Contribuições rortyanas para uma filosofia feminista -(re) leituras a partir da autocriação
neopragmatismo, feminismo, autocriação, metáfora.
No início da década de 1990, Rorty construiu uma proposta de diálogo com o feminismo enquanto movimento social e enquanto teoria. Ele interpretava a prática e teoria feministas a partir das idéias que giram em torno das categorias trabalhadas por ele mesmo, tais como autocriação, redescrição, metáfora, poeta forte e profecia. O texto Feminismo e Pragmatismo, apresentado por Rorty em 1990 nas Tanner Lectures On Human Values, na Universidade de Michigan, e que teve Joshua Cohen, Nancy Fraser e Marion Smiley como comentadores é o grande mote da pesquisa aqui apresentada, a partir do qual pretendi fazer primeiramente uma breve localização teórico-histórica das correntes de pensamento expostas, bem como do próprio movimento feminista; em seguida, passei a uma explanação da proposta lançada por Rorty; num terceiro momento, busquei abordar um pouco das críticas recebidas pelo professor, focando-me nos escritos de Fraser e, por último, tentei construir uma conciliação entre o que me parece ter resistido da proposta rortyana e o feminismo, especialmente no que tange à autocriação da mulher. Isto se daria por meio da construção de metáforas, que permitiria a ampliação do espaço lógico do discurso feminista, bem como um maior estreitamento em relação à dor das mulheres, para além dos seus círculos de proximidade.