Contribuições rortyanas para uma filosofia feminista -(re) leituras a partir da autocriação
Feminismo. Neopragmatismo. Autocriação. Redescrição. Poesia.
Essa dissertação tem por objetivo apresentar a discussão ocorrida a partir do ensaio Feminismo e Pragmatismo de Richard Rorty, no ano de 1990, bem como algumas das possibilidades a partir de seus desdobramentos. Primeiramente foi feito um breve resgate do histórico do feminismo, especialmente no que diz respeito à tradição estadunidense, em seguida, um breve resumo do neopragmatismo com suas principais características. No primeiro capítulo a proposta de Rorty é apresentada, destacando a importância das posições de Catherine MacKinnon, bem como a perspectiva de Sabina Lovibond, esta última como crítica do pensamento rortyano. No segundo capítulo, temos algumas das principais críticas sofridas pela proposta de Rorty, especialmente aquelas feitas por Nancy Fraser ou nela inspiradas. No terceiro capítulo, são desenvolvidas algumas das possibilidades percebidas a partir das sugestões feitas por Rorty, como resultado da interlocução com o feminismo. Essas possibilidades residem especialmente na idéia da criação poética, que resultaria na autocriação da mulher. Por fim, foi incluído um tópico para reflexão sobre a criação poética de Emily Dickinson e Adrienne Rich, como exemplos do processo redescrito por Rorty. A autocriação, a poesia e a redescrição são algumas das metáforas utilizadas pelo neopragmatista para desenvolver seu pensamento neste diálogo com o feminismo. E por fim, conclui-se que, apesar da resistência de parte das teóricas feministas à proposta de Rorty, a interlocução do neopragmatismo deste com o feminismo pode ser bastante eficiente.