É que nossos corações preferem a auto-corrosão: uma história das peripécias anarcopunksem Teresina.
História; Anarcopunk; Subjetividade; Fanzines; Teresina.
Este trabalho tem o objetivo de analisar como se constituiu uma subjetividade anarcopunk em Teresina, tomando como ponto de partida uma investigação sobre a formação da primeira tribo urbana punk na cidade. Do ponto de vista do trabalho, as práticas punk visam a constituição de uma estética da vida que a tribo punk faz a partir de questionamentos que acerca de si e dos outros. No trabalho são mapeadas práticas discursivas que desvelam gestos, ressentimentos, sofrimentos, dando forma a uma linha de fuga na sociedade teresinense da década de 1980. A intenção é mostrar mais especificamente como esse grupo se engaja em uma escrita crítica de si, que ressignifica constantemente o modo de ser punk e como se dão as táticas no intuito de lapidar uma revolução, ainda que ao nível molecular, consolidando assim um processo de ação política, sem necessariamente estar vinculado à política de partidos. O principal recurso empírico do estudo são os fanzines anarcopunks e entrevistas semi-estruturadas realizadas com alguns daqueles que primeiramente foram constituindo uma tribo urbana punk em Teresina.