A SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE TERESINA: filantropia, assistência médica e poder na Primeira República.
PALAVRAS-CHAVE: Filantropia. Assistência médica. Saúde Pública.
Este trabalho tem o objetivo de compreender como a Santa Casa de Misericórdia de Teresina atuou no sentido de prestar serviços médicos à cidade e quais as representações sócio-culturais deste objeto de pesquisa para a sociedade piauiense no período da Primeira República. Enfoca a organização das autoridades ligadas à medicina, ao poder público e à elite local na forma de gerir esta instituição e de projetá-la como um espaço de assistência médica direcionado ao atendimento aos pobres na capital piauiense entre 1889-1930. Analisa também os discursos configurados a partir das práticas filantrópicas empreendidas em torno da medicina assistencialista e das ações medicalizadoras e normalizadoras que foram realizadas pelo Estado e pela classe médica no período supramencionado. Aborda as construções representativas no que se refere à doença e ao doente e as relações do imaginário social tecido em torno da morte. Neste intuito, o corpo documental utilizado nesta pesquisa é composto por relatórios governamentais, documentos da secretaria da Santa Casa, teses e outros escritos da literatura médica piauiense, bem como os jornais que circularam em Teresina no final do século XIX e início do século XX. Com o objetivo de compreender as questões formuladas a partir destes propósitos, o aporte teórico desta pesquisa está embasado, entre outros, nos estudos de Michel Foucault (1979), Roberto Machado (1978) Jurandir Freire (1983), Robert Castel (1989), Lilia Lobo (2008), Maria Stella Bresciani (1991).