A FORMAÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO NO PIAUÍ
1871-1930
Legislação escravista. Mercado de trabalho. Borracha de maniçoba.
RESUMO
Apresente pesquisa objetiva analisar a formação do mercado de trabalho no Piauí, no período compreendido entre 1871 a 1930. As categorias e o método de análise possibilitaram a formulação de uma problemática assentada na seguinte questão: de que forma aconteceu a transição do trabalho escravo para o trabalho assalariado no Piauí? O processo de gênese da formação do mercado de trabalho no Brasil possui como marco inicial, o fim do tráfico de escravos africanos, em 1850 com a Lei Eusébio de Queiroz e o conjunto de leis paliativas de libertação dos trabalhadores escravizados, adotadas pelo Império Brasileiro: Ventre livre (1871); Sexagenários (1885) e a lei Áurea (1888). Deste modo, destacamos a legislação escravista, cujo objetivo era a libertação paulatina e gradual dos escravizados como elemento fundante no processo de gestação do mercado de trabalho. Entretanto, é só a partir dos anos finais do séc. XIX que veremos o desenvolvimento do extrativismo da borracha de maniçoba no sudeste do Piauí como atividade produtiva responsável por uma relativa prosperidade econômica que foi sentida em vários aspectos da sociedade piauiense da primeira década do século XX, principalmente, em relação à receita pública do Estado. Nas regiões onde a cultura da maniçoba era mais atuante, como no sudeste do Piauí, foi possível inseri-la na divisão internacional do trabalho, com as sistemáticas e vultosas exportações, colaborando para fundar traços marcantes na história do desenvolvimento material do Estado; um deles, seguramente, foi a formação de um mercado de trabalho.