ENTRE O SERTÃO E AS MARGENS DO RIO PARNAÍBA:
A transferência da capital e a cidade de Teresina na segunda metade do século XIX
Século XIX. Província do Piauí. Transferência da capital. Cidade. Teresina.
A construção de uma nova cidade-capital para a Província do Piauí apresentava-se como uma possibilidade de trazer para o território o tão sonhado progresso e um maior contato com as principais cidades do Império e romper, portanto, com o isolamento geográfico, econômico e comercial em relação ao restante do território nacional. Este trabalho tem por finalidade analisar o processo de transferência da capital do Piauí de Oeiras para Teresina, ocorrida em 1852 e a nova sede do governo piauiense durante a segunda metade do século XIX, período em que Teresina se instituía enquanto cidade-capital da Província do Piauí. Para se contemplar essa proposta é tecida uma análise dos seguintes aspectos: as condições da primeira capital, Oeiras, os primeiros núcleos urbanos piauienses, desenvolvidos através da criação de vilas, as ideias e os argumentos aventados para a transferência da capital do Piauí para localidades como: São Gonçalo, Parnaíba e a Vila Nova do Poti, a criação de Teresina, a estrutura do espaço urbano teresinense, os grupos sociais presentes na cidade e as tentativas do poder público de normatizar o viver na cidade, bem como as contradições de tais medidas disciplinadoras presentes, por exemplo, na imprensa local que denunciava a falta de infraestrutura teresinense e o desinteresse dos governantes. A pesquisa empírica fundamenta-se em relatórios dos presidentes de Província, códigos de postura, ofícios e jornais.