O Presente trabalho objetiva compreender como os protestos do
#ContraoAumentoThe que reivindicaram a qualidade do transporte público de Teresina,
pode ser entendido como resultado das históricas contradições urbanas de Teresina,
expressas no seu sistema de transporte coletivo. Nessa perspectiva, os protestos
serviram como um ponto de ruptura com o discurso que se constituiu sobre Teresina,
como uma cidade funcional, moderna e “harmônica”, denunciando uma outra cidade, a
das contradições. As ruas transbordaram em desejos, indignações e novas formas de luta
emergiram das redes sociais de comunicação. Dessa forma a própria cidade foi objeto de
contestação e compreender o seu contemporâneo desenvolvimento tornou-se o primeiro
objetivo desse trabalho. Teresina vem desde a segunda metade do século XX
apresentando um crescimento demográfico acima da média nacional e estadual, fazendo
com que seus traços fossem redefinidos, aumentando a demanda por serviços como o de
transporte coletivo. Posteriormente foi preciso analisarmos as características dos
protestos do #ContraoAumentoThe buscando perceber suas singularidades que
permitiram que eles fossem as primeiras manifestações populares de Teresina que
fizeram com que a prefeitura revogasse um aumento tarifário da passagem de ônibus.
Bem como foi preciso identificar as inúmeras formas de organização e atuação dos
sujeitos que nelas atuaram. Por fim, nos deteremos na análise do momento posterior
aqueles protestos de 2011 e 2012, percebendo suas ressonâncias no novo cenário dos
transportes coletivos de Teresina. As principais fontes usadas foram os periódicos locais –
jornais impressos – Meio Norte e Jornal O Dia, bem como o depoimento de estudantes
que participaram dos protestos do contra o aumento. Além dessas constituíram corpo
documental alguns documentos produzidos pelo poder público, entre eles, o Plano De
Transportes de Teresina e o Plano Diretor de Transportes. As principais referências
teóricas que ajudaram na produção do trabalho foram Maricato (2013), Corrêa (1989),
Rioux (1999), Hardt e Negri (2014) e Portelli (2006).