No início da década de 1970, em um contexto de ditadura, a cidade de Teresina, capital do Estado do Piauí, assistiu à emergência, em torno do bar Gelatti, de um grupo de jovens realizadores empenhados na construção de novos códigos comunicacionais no âmbito da arte. Desta emergência resultou o surgimento da “geração Torquato Neto”, expressão já historiograficamente consagrada. O presente trabalho, tomando este contexto como principal argumento empírico, se propõe a narrar a história das relações entre práticas espacializantes dos citados sujeitos, a arte experimental destas práticas resultantes e as condições históricas de existir do interior das quais a Geração Torquato Neto efetivamente emergiu. À luz de teóricos tais como Michel de Certeau e Marc Augé o trabalho toma o bar Gelatti como principal pretexto para contar a história de Teresina a partir da análise de práticas espacializantes encetadas pelo fragmento da juventude teresinense em estudo.