Esta dissertação analisou a atuação da parteira, historiadora e literata Raimunda Nonata de Castro, conhecida por seus conterrâneos como Mãe Nasi, na cidade de Amarante entre as décadas de 1930 e 1940, evidenciando seu lugar dentro de um panorama de institucionalização das políticas públicas de saúde no Piauí. Naquele período o país vivia um momento no qual o Estado intensificava sua intervenção no setor da saúde com homologação de leis, criação de instituições, disseminação dos discursos médicos e padronização dos aparatos de saúde. Entretanto milhares de brasileiros continuavam sendo apanhados por parteiras pelo interior do Brasil e até nas médias cidades, como no caso de Amarante. Autores como Foucault (1981), Bourdieu (1998), Elias (2007), Mott (2007), Ricoeur (2007), Pollack (1989), Nora (1993) entre outros foram utilizados como suporte teórico – metodológico. Foram utilizados como fontes documentais os acervos pessoais de Nasi Castro, tais como registros fotográficos, cadernos de partos, os livros publicados por ela, os depoimentos de indivíduos que conviveram com a parteira, bem como revisão de literatura acerca dos processos de institucionalização da saúde, documentos e discursos oficiais que comprovam esse processo.