O trabalho investiga histórias de vida de migrantes japoneses no estado do Piauí, uma das unidades da federação brasileira, a partir dos anos 1950. Busca-se construir uma narrativa histórica que favoreça o conhecimento desses sujeitos e, bem como, as razões que os levaram à fixação neste espaço. O centro do argumento serão as trajetórias existenciais de duas famílias migrantes, a saber: Miura e Takeshita, considerados os núcleos familiares nipônicos pioneiros ao chegar ao referido estado, as quais serão historicamente apropriadas com o objetivo de compreender a importância destes migrantes na constituição da contemporaneidade teresinense. Acredita-se que a migração japonesa foi de fundamental importância para a constituição do cotidiano teresinense da segunda metade do século XX em diante, com destaque para os hábitos alimentares. Os dados coletados traduzem-se em pesquisa documental e de campo a partir das referências culturais desses migrantes, dos processos de assimilação e/ou negação da cultura ocidental, materializa-se na identificação, descrição, digitalização e disponibilização de um complexo acervo sobre a cultura japonesa no Piauí. Utiliza-se da metodologia da história oral como fio condutor deste trabalho, assim como o uso de fontes oficiais e não oficiais, como passaportes, cartas, jornais e álbuns de família. A análise se baseia a partir da perspectiva de Bhabha, Burke, Canclini, Halbwachs, Portelli, Said e Silva, autores que possibilitaram articular teoria e empiria no campo da Cultura, das Identidades, da Memória e da História Oral.