A presente pesquisa aborda o crescimento urbano de Teresina em direção à sua zona Leste e destaca os processos políticos, econômicos e sociais que levaram o povoado Socopo a elevar-se a categoria de bairro pertencente a esta zona da cidade. O recorte entre as décadas de 1950 e 1980 se justifica por neste período se verificar efetivas mudanças na ocupação do lugar em análise. Metodologicamente se adotou a pesquisa de campo guiada pelos preceitos defendidos pela metodologia da história oral, que se voltam à investigação das memórias de sujeitos que vivenciaram o passado e que, por meio da oralidade, elaboram fontes orais a respeito do tema em estudo, bem como se utilizou também a pesquisa e análise documental, que foi realizada a partir de um cabedal de diferentes tipos de fontes, a citar: os jornais O Dia, Jornal do Piauí, Diário de Notícias e Correio do Nordeste, as revistas O Cruzeiro, A Noite Ilustrada e Almanaque do Cariri, os censos demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as fotografias temáticas que registraram o cotidiano dos moradores do bairro e as leis instituídas a nível nacional (Lei nº 4 380/64, Lei 5.107/67) e municipal (Lei nº 1932/88, Lei nº 1933/88, Lei nº 1934/88) no que tange a legislação urbana e a regulamentação do solo no Brasil e em Teresina. Para realização deste estudo, lançamos mão da análise das categorias história e memória, desenvolvidas por Marc Bloch (2001), Pierre Nora (1984), Paul Ricceur (2007) e os conceitos de cidade, urbanização e bairro, defendidos por Ana Fani Alessandri Carlos (2001 e 2018), Antônio Risério (2013), Kingsley Davis (1972), Milton Santos (2018) e Pierre Mayol (1996). Em virtude disso, o estudo revela histórias e memórias do bairro Socopo a partir dos diferentes discursos construídos pelas fontes oficiais e pelos relatos orais. O bairro, então, é apresentado em suas particularidades históricas, o que o coloca em lugar de destaque perante os demais bairros que se formaram em seus arredores na zona leste de Teresina.