Para essa dissertação buscou-se compreender o contexto social e intelectual do autor Euclides da Cunha (1866-1909), no final do século XIX para o XX. Natural de Cantagalo no Rio de Janeiro, a escrita de Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha, a partir da obra Os sertões (1902), produzida no final do século XIX e publicada pela editora Laemmert, representou diferentes interpretações, principalmente, os discursos sobre a caracterização da identidade nacional. Procurando ampliar esses discursos e das possibilidades que poderíamos problematizar nessa dissertação foi sintomático percebermos que o estudo etnográfico cercou de modo singular os escritos do autor; além disso, a ciência presente em Euclides da Cunha proporcionou um profícuo debate acerca do tema ambiental em sua escrita. Desta feita, o que observamos foi o cientificismo e o positivismo como campos fecundos e relevantes para um estudo que tratasse o ambiente natural de forma personificada. A partir dessas questões, constatou-se que a escrita euclidiana apresenta críticas ambientalistas sobre conservação da natureza e a utilização de técnicas sobre a terra amparadas com o contato do autor com intelectuais onde possibilitou um pensamento ecológico no historiador ao tratar de como o homem se relacionou com a natureza ao longo do tempo. Portanto, ao enveredarmos pelas questões apontadas acima, podemos indicar como fontes, para ampliarmos esses debates, as obras Os sertões, À margem da História; além destas bibliografias também aparecem jornais, correspondências do autor, dentre outros escritos que sintetizam a produção de Euclides da Cunha como resenhas como a de Albert Löfgren sobre a vegetação do Estado de São Paulo e também artigos de jornais que foram reunidos em Contrastes e Confrontos, além de referências que apontam seu contato com a literatura dos viajantes, como as de Alexander Von Humboldt. Também nos ajudam a interpretar essa visão do pensamento ecológico em Cunha, autores clássicos da historiografia como Roquetti-Pinto e Gilberto Freyre ao apresentarem Cunha como naturalista e o critério ecológico que estabelece em sua escrita na passagem do século XIX para o XX