Este trabalho analisa as relações desenvolvidas entre o futebol, a política e os torcedores, no contexto local e nacional durante as décadas de 1970 e 1980. Os anos de 1970 marcam uma maior aproximação do regime ditatorial com o esporte mais popular do Brasil, utilizando-o como mecanismo de promoção governamental. Teresina, nesse mesmo período, também se inseriu nesse contexto, contudo, mantendo algumas particularidades locais. Nesse sentido, procurou-se investigar as maneiras que sujeitos se inseriram ou se mantiveram na política local através do uso dos times de futebol, como o Flamengo, River e o Tiradentes. Ao mesmo tempo procurou-se verificar a formação e a atuação dos grupos de torcedores dentro dessas complexas relações, estabelecendo também uma relação entre os cenários local e nacional. Tomou-se como base uma perspectiva teórica na qual a História do Esporte compõe um campo de investigação próprio da história. A História Oral ao dialogar com conceitos de memória e identidade estabelecidos por autores como Maurice Halbwachs e Stuart Hall, se tornou um método de compreensão das múltiplas relações estabelecidas no período estudado. O trabalho mostra que as disputas dentro da política local refletiram nos embates travados entre os clubes dentro e fora de campo, onde muitas vezes as alianças políticas se sobrepuseram aos resultados conquistados nos gramados. Os torcedores, longe de serem meros espectadores desse período conturbado, se mostraram como agentes com interesses próprios, adentrando, dessa forma na conturbada relação entre futebol e política no período.