RESUMO
O presente estudo tem por objetivo analisar as transformações urbanas na cidade de Campo
Maior, durante os anos de 1967 a 1979, a partir do jornal A Luta. O jornal, fundado em 1967,
manteve-se em circulação até 1979, funcionando como um espaço de debates sobre as
transformações ocorridas na cidade. O recorte espacial refere-se a cidade de Campo Maior e o
recorte temporal contempla o período de circulação do jornal, bem como às reformas e
construções no espaço urbano, como a construção do Mercado Municipal, Terminal
Rodoviário, Hospital Regional, Palácio das Carnaúbas (sede da prefeitura), Monumento aos
Heróis do Jenipapo. Também, nesse período, intensifica-se a oferta de energia elétrica, água
encanada e o consumo de produtos elétricos, como a televisão. No presente estudo, a cidade
de Campo Maior e o jornal A Luta são objetos de investigação, na medida em que se entende
o jornal como participante das transformações urbanas da cidade. Desse modo, analisa-se
quais os grupos que colaboravam com o jornal e o projeto de cidade defendido. No período
estudado, emergem conflitos em torno da modernização da cidade, caso da demolição do
antigo mercado municipal e falta de infraestrutura nos bairros distantes do centro da cidade.
Utilizamos fontes hemerográficas, fotografias, livros de atas da Câmara Municipal de Campo
Maior, Enciclopédia dos municípios piauienses, dados estatísticos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), blogs da internet e vídeo. O trabalho recorre, ainda, a leituras
sobre a história da imprensa que propiciam um aporte teórico e metodológico para a análise
dos textos publicados no jornal A Luta. Assim, a análise parte dos estudos de Capelato (2015),
Abreu (2008), Cruz e Peixoto (2007), Luca (2018) e Peruzzo (2003). Foram utilizadas os
conceitos de cidade, modernização, memória e espaço urbano a partir da interlocução com os
estudos de Rezende (2016), Fontineles (2015) e Nascimento (2007) Denis Castilho (2009),
Carlos (2001) e Corrêa (2003), Pesavento (2007; 1995); Brescianni (2008), Ronilk (1995),
Pollak (1992) e Seixas (2004).