O tema proposto para a realização da presente pesquisa é um estudo sobre experiências de mulheres que viveram em situações de violências na cidade de Oeiras, Piauí, no período de 2006 a 2015. O objetivo central desta pesquisa foi analisar as experiências de mulheres que viveram em situações de violências na cidade de Oeiras, Piauí, através de dois discursos: o discurso das mulheres que viveram em situações de violência e o discurso oficial, tal intento se dá no sentido de perceber as resistências das mulheres que viveram em situações de violências, as conquistas por políticas em defesa dos direitos das mulheres e a promoção do protagonismo social feminino. Os pressupostos metodológicos adotados na pesquisa para responder aos questionamentos/inquietações foram os seguintes: Primeiramente, digitalização e análises dos Boletins de Ocorrência da Delegacia Regional da cidade de Oeiras/PI, referente aos crimes de violências contra as mulheres. E, segundo realização e analises de entrevistas com mulheres que viveram em situações de violências na cidade de Oeiras. Tal metodologia consistiu no emprego do método da história oral. Na primeira parte procuramos analisar as experiências de mulheres que viveram em relacionamentos abusivos e violentos por meio das vozes da resistência. Na segunda apresentamos os perfis de mulheres que foram à DRPC- Oeiras, denunciar seus agressores no período de 2006 a 2015, também buscamos perceber os motivos e justificativas usadas pelas denunciantes para dar sentido as agressões, bem como procuramos entender porque algumas denunciantes permaneceram tanto tempo em situações de violências, além disso buscamos compreender como a suspensão da denúncia pode ser usada pelas mulheres como estratégia de resistência. Na terceira e última parte buscamos compreender como a violência era tratada e percebida pelas pessoas que presenciaram os atos de agressões praticados contra as denunciantes, com o objetivo de perceber como os sujeitos externos reagiram diante das práticas de violências contra as queixosas, procuramos também entender porque a violência conjugal acontece na gravidez, além de uma análise detalhada das formas mais extremas da violência contra as mulheres como os crimes sexuais e feminicídios que foram denunciadas na DRPC-Oeiras.