BRISAS DO PROGRESSO: faces e contornos da Primeira República em União/PI
História. União(PI). República. Modernização.
Este trabalho constitui estudo sobre a cidade de União (PI) na Primeira República brasileira, através dos documentos escritos, literatura contida nos Jornais “Estanhado” e “Vim-vim” que foram órgãos de publicidade semanal editados nos anos em questão e da fonte oral. Os nossos estudos foram pautados no cenário político e nos ideais de progresso e modernização que adentravam as cidades brasileiras nesse período. Para tanto, nos utilizamos dos documentos oficiais que, associados à literatura e fonte oral dos que vivenciaram o período em questão, nos possibilitaram entender as vivências no plural, com suas muitas linguagens e realidades, nas quais tentamos mergulhar através das sensibilidades de alguns unionenses do final do século XIX e início do século XX que deixaram rastros de seus cotidianos. Não temos com isso, a intenção de homogeneizar comportamentos no período e nos espaços referidos, e sim, atentar para as várias formas de ser e estar em União na Primeira República. Nesse período, a literatura aproximou-se da imprensa escrita e nos possibilitou analisar uma sociedade cujas inovações e transformações afetam tanto a consciência de autores e leitores quanto às formas e representações literárias propriamente ditas. Os artefatos da modernidade começavam a ser construídos pelos detentores do conhecimento, que viviam a euforia e os anseios dessa nova época. Na cidade de União (PI) esses artefatos podem ser percebidos com a Navegação a Vapor, o telégrafo, o Centro Agrícola David Caldas, os jornais de circulação diária e os escritos dos literatos do período. Ao destacamos as produções literárias concluímos que elas podem ser vistas como uma marca dos tempos novos ou como um desejo por tempos novos. Para os editores do jornal “Estanhado” a nova sociedade chegaria com uma administração criteriosa e progressista. Na qual, não tomasse assento os parentes e protegidos. Através da análise desse material constatamos que a modernização no espaço e período estudado foi vivenciada por uma parcela da população da referida cidade que externava seus desejos por modernização com a construção de código de posturas que continham idéias de higiene e bons comportamentos que assolavam a Primeira República brasileira.