PRÁTICAS DISCURSIVAS E CONDIÇÕES DE EXISTIR COM HIV NA
DÉCADA DE 1980 EM TERESINA: cenários e identidades
Prática Discursiva. Aids. Identidade. Teresina. História.
O presente trabalho problematiza as práticas discursivas relacionados aos portadores do vírus HIV enunciadas na revista Veja e no jornal O Dia durante a década de 1980 na cidade de Teresina, capital do Estado do Piauí, bem como a discussão sobre a sexualidade e os comportamentos julgados como “normais” ou “anormais” que contribuíram para a elaboração de uma conduta moral sobre uma doença, a Aids. Levamos em consideração o cenário político, econômico e cultural do período, contextualizando as relações dos vários sujeitos que eram dados a perceber na leitura da revista Veja e do jornal O Dia e que foram “estigmatizados”, utilizados como pretexto para reforçar a existência de identidades fixas e aspectos culturais de cunho conservador da sociedade. Hippies, homossexuais e prostitutas foram os alvos preferidos de intelectuais e administradores de governo que esboçavam, em editoriais, artigos e entrevistas o modelo de comportamento a ser seguido. Dialogando com Michel Foucault utilizaremos o método arqueo-genealógico da análise do discurso como meio para analisarmos as fontes impressas e o conceito de “prática discursiva” como horizonte norteador das imagens, símbolos e representações sociais que povoam as páginas das respectivas fontes utilizadas.