Este trabalho propõe analisar as experiências de militância de Sebastião Bráz Filho entre meados da década de 1950 e meados da década de 1970. Nascido em Valença (PI), Sebastião se desloca para o Rio de Janeiro em 1952, onde se integra nas vivências do Partido Comunista Brasileiro, vivendo os momentos que envolvem sua colocação na clandestinidade, quando ocorre o golpe civil-militar de 1964. Tomando Sebastião Bráz como um ponto de partida para a compreensão de uma época, o texto aborda os eventos constitutivos da política brasileira no recorte estudado, problematizando de que forma as experiências históricas de um tempo configuraram essa dada subjetividade e sua relação, em especial, com a emergência e a efetivação da Ditadura Civil-Militar no Brasil. Nesse sentido, o personagem central da pesquisa se relaciona com outros sujeitos do período, tais como Stuart Angel, Carlos Lamarca e Cid Benjamin. Realizando uma leitura de documentos oficiais, material hemerográfico, fontes orais e demais registros de memórias de Sebastião Bráz, bem como de outros escritos da militância de esquerda brasileira, a pesquisa busca perceber de que forma foram produzidos, em torno dele, agenciamentos na sua forma de pensar a si e sua experiência nos tempos de ditadura. Para tanto, se vale da reflexão em torno da historiografia produzida, dentre outros, por Dulce Chaves Pandolfi, Edwar de Alencar Castelo Branco, Jacob Gorender, Daniel Aarão Reis Filho, Marcos Napolitano, Fernando Gabeira e Zuenir Ventura; bem como da teoria construída a partir de Gilles Deleuze, Michel Foucault, Pierre Bourdieu e Jorge Larrosa e das possibilidades metodológicas oferecidas por Sônia Maria de Freitas e Verena Alberti, a respeito da metodologia da história oral, e Helena Brandão, no tocante à análise dos discursos.
Palavras-Chave: História. Brasil. Subjetividade. Ditadura. Revolução.