POLÍTICAS DE SAÚDE, SABERES E PRÁTICAS MATERNO-INFANTIS EM TERESINA (1930-1950)
Políticas de Saúde. Medicina. Parto. Maternidade. Infância.
Este trabalho estuda as estratégias de gestão do parto, da maternidade e da infância, através das políticas de saúde, do saber médico e dos serviços médicos, em Teresina, entre as décadas de 1930 e 1950. Aborda-se a ação do Estado na institucionalização da saúde e a ampliação médica na cidade, com seus desdobramentos na gestão da população, do parto, da maternidade e da infância. Aponta-se nas práticas de atenção médica, as ações médicas em prol da hegemonização do poder médico, ao lado do Estado. Aborda-se a produção do saber médico piauiense a partir do acesso às Faculdades de Medicina e a criação de espaços como Associação Piauiense de Medicina. Argumenta-se que os médicos piauienses se inseriram na discussão sobre a criação de campos específicos sobre o corpo feminino (a ginecologia e a obstetrícia) e o corpo infantil (a pediatria), que emerge no século XIX, para justificar a valorização da intervenção médica sobre as mulheres e as crianças. Aponta-se a incorporação das políticas de saúde aos programas nacionais voltados para saúde materno-infantil, bem como as iniciativas que valorizavam o parto hospitalar. Destacam-se, ainda, as relações entre as vivências da maternidade e as orientações médicas a partir das perspectivas das mulheres. As fontes documentais utilizadas no trabalho foram as produções médicas, incluindo livros, teses, a Revista da Associação Piauiense de Medicina, bem como documentos oficiais, memórias, almanaques e jornais que circulavam em Teresina.