O presente trabalho tem como objetivo propor um estudo sobre a Repercussão da
Primeira Guerra Mundial nos jornais Piauienses, entre os anos de 1914 a 1918, que foram os
anos que perdurou o conflito no cenário global. O Piauí, apesar de ser um lugar longínquo do
continente europeu em que incidia o front de guerra, foi bastante afetado pelo conflito, tendo
detrimentos e mudanças em diversos setores da sociedade, como no aspecto econômico,
estrutural, político e social, buscando, dentro do contexto mundial, mostrar as mudanças e
transformações ocorridas no local decorrentes da guerra. Comumente pouco estudada,
sobretudo, na historiografia piauiense, a Primeira Guerra Mundial, digna de uma pesquisa,
nos possibilita visualizar que os prejuízos e modificações provocadas pelo conflito não
ficaram restritas apenas ao continente europeu, alastrando-se por todo o mundo, chegando
assim ao Piauí, que teve suas economia bastante afetada à medida que viu suas exportações
diminuírem, principalmente com a queda da venda da borracha de maniçoba e a cera de
carnaúba, principais produtos de exportação da economia piauiense nos primeiros anos de
guerra. Sendo assim, buscaremos mostrar o Piauí como local de transformações provocadas
pela guerra, fazendo assim parte do círculo dos acontecimentos e mudanças. Os nossos
intelectuais desde o início do conflito, logo debruçaram-se no debate à cerca das causas,
perigos e mudanças da eminente guerra, usando os jornais para produzir e reproduzir
matérias, expressar suas opiniões, análises e incluir o Piauí no debate sobre o conflito assim
como nas principais capitais e cidades do Brasil. Essa prática, levaria esse mesmo seleto
grupo de intelectuais locais a criar no ano de 1917 a Academia Piauiense de Letras (APL),
órgão máximo das letras no Piauí, de extrema importância para o desenvolvimento intelectual
piauiense, sendo fruto das diversas mudanças ocorridas nesse período.